Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou seus ataques à China pela condução do surto do novo coronavírus que se transformou numa pandemia que já matou mais de 700 mil pessoas em todo mundo, enquanto seu secretário de Saúde se prepara para viajar para Taiwan em uma visita que certamente irá aborrecer o governo de Pequim.
Trump, que tem visto sua aprovação cair por conta dos números de infecções pela Covid-19 e do abalo econômico provocado pela crise, tentou mudar o foco para Pequim, dizendo novamente, sem evidências, que os chineses podem ter intencionalmente deixado o vírus se espalhar por todo o globo.
O presidente republicano, que está atrás do democrata Joe Biden nas pesquisas de opinião nacionais para as eleições do dia 3 de novembro, afirmou que era uma "desgraça" que Pequim tenha limitado a propagação do vírus em casa, mas que tenha permitido que ele tenha chegado ao resto do mundo.
"O que a China fez é uma coisa terrível... tenha sido por incompetência, ou de propósito", disse, ressuscitando um enredo que afetou os laços entre as duas maiores economias mundiais e levantou questões sobre o acordo comercial assinado entre EUA e China em janeiro.
Na quarta-feira Biden disse que o acordo estava "fracassando" após dados do Departamento de Comércio mostrarem que o déficit comercial entre EUA e China cresceu 5% para 28,4 bilhões de dólares em junho.
Trump iria assinar um decreto nesta quinta-feira com o objetivo de trazer de volta cadeias produtivas da China para importantes ingredientes e suprimentos usados para a fabricação de remédios e equipamentos médicos, disse Peter Navarro, um importante conselheiro do presidente e especialista em negociação com a China.
No próximo domingo o secretário de Saúde de Trump, Alex Azar, deve viajar a Taiwan, província considerada renegada pelo governo chinês, que ameaçou "fortes medidas de retaliação".
(Reportagem de Andrea Shalal)