Por Jeff Mason e Josh Smith
HANÓI (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que não houve acordo em sua reunião com o líder norte-coreano Kim Jong Un por causa de exigências inaceitáveis da Coreia do Norte para que sanções impostas pelos EUA ao país fossem retiradas.
Trump disse que houve um bom progresso nos dois dias de negociações em Hanói, capital do Vietnã, na construção de relações e na questão-chave da desnuclearização, mas afirmou que é importante não se precipitar e acabar em um acordo ruim.
"Foi tudo por causa das sanções", disse Trump em entrevista coletiva após as negociações serem encerradas antes do previsto. "Basicamente, eles queriam que as sanções fossem retiradas por completo, e não podemos fazer isso."
A Organização das Nações Unidas (ONU) e os EUA intensificaram as sanções sobre a Coreia do Norte quando o país realizou uma série de testes de mísseis nucleares balísticos em 2017, cortando as principais fontes de recursos do país.
Tanto Trump quanto Kim deixaram o local onde aconteceram as negociações, o hotel Metropole, da era colonial francesa, sem participar de um almoço a que, inicialmente, os dois iriam comparecer.
"Às vezes você tem que ir embora, e esta foi uma dessas vezes", disse Trump acrescentando: "foi um abandono amigável".
O fracasso em obter um acordo é um revés para Trump, um negociador de estilo próprio que está sendo pressionado nos EUA por suas relações com a Rússia e pelo depoimento de seu ex-advogado Michael Cohen, que o acusa de violar a lei no governo.
Trump disse que Cohen "mentiu muito" no depoimento que prestou ao Congresso em Washington na quarta-feira, embora tenha afirmado que seu ex-advogado falou a verdade quando disse que "não houve conluio" com a Rússia.
O fracasso das negociações com Kim também levantará questões sobre o preparo do governo Trump e sobre as críticas de alguns ao estilo de diplomacia adotado por ele.