Por Zoe Tabary
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - A ascensão global do populismo e a pressão para reduzir a regulação ambiental nos Estados Unidos estão entre as questões a serem observadas de perto em 2017, à medida que os esforços para lidar com o aquecimento global continuam, disse um especialista em sustentabilidade na quarta-feira.
Ações contra o aquecimento global não devem ser partidárias para que se possa fazer o tipo de progresso necessário, disse a repórteres Andrew Steer, presidente do World Resources Institute, sediado em Washington.
Mas o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sugeriu que vai descartar políticas para lidar com o aquecimento global durante seu primeiro ano no cargo, disse Steer, notando que até mesmo “a Agência de Proteção Ambiental pode ser tirada da mesa e abolida”.
Steer previu que grupos ambientais norte-americanos irão, cada vez mais, entrar na Justiça contra o governo a fim de salvaguardar políticas climáticas.
Se Trump tentar reverter o apoio dos EUA ao Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas, o país, que tem sido um “líder surpreendente” nesse acordo, pode se encontrar entre um pequeno grupo de nações relutantes, como Síria, Nicarágua e Uzbequistão, afirmou Steer.
Internacionalmente, tem havido “maior entusiasmo acerca do acordo do que esperado”, um sinal do que considerou como “profissionalização da luta contra mudanças climáticas”, com mais países percebendo que crescimento econômico não precisa produzir mais emissões de gases-estufa.
“Desde o começo do século, o PIB tem aumentado em 30 países ao passo que suas emissões de CO2 caíram — e esse clube tem crescido”, disse.
Steer também indicou como um crescente problema a a imigração forçada como resultado de pressões climáticas.
Uma média de 26 milhões de pessoas em todo o mundo foram deslocadas por desastres naturais desde 2008, disse ele, citando dados do Centro Interno de Monitoração de Deslocamento. “Isso equivale a uma pessoa por segundo”, afirmou.
(Por Zoe Tabary)