Por John Walcott
WASHINGTON (Reuters) - O governo Trump decidiu suspender o programa encoberto da CIA de equipar e treinar certos grupos rebeldes na luta contra o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, disseram duas autoridades norte-americanas, em uma ação buscada pela Rússia, aliada de Assad.
A decisão norte-americana, afirmou uma das autoridades, é parte de um esforço do governo de melhorar relações com a Rússia, que ao lado de grupos apoiados pelo Irã teve amplo sucesso em preservar o governo de Assad na guerra civil de seis anos.
O programa da CIA teve início em 2013 como parte de esforços do governo do então presidente Barack Obama para derrubar Assad, mas teve pouco sucesso, disseram as autoridades, ambas familiarizadas com o programa e que falaram sob condição de anonimato.
O Washington Post foi o primeiro a relatar a suspensão do programa nesta quarta-feira. A porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders se negou a comentar sobre a questão em entrevista coletiva na Casa Branca.
A CIA também se negou a comentar.
A decisão foi tomada com o assessor de Segurança Nacional, H.R. McMaster, e o diretor da CIA, Mike Pompeo, após consultarem autoridades menos graduadas e antes do encontro de Trump em 7 de julho com o presidente russo, Vladimir Putin, em cúpula do G20 na Alemanha. A decisão não foi parte de negociações entre EUA e Rússia sobre um cessar-fogo no sudoeste da Síria, disseram as duas autoridades.
Uma das autoridades disse que os EUA não estavam fazendo uma grande concessão, dada a força de Assad no poder, embora não em toda a Síria, “mas é um sinal para Putin que o governo quer melhorar laços com a Rússia”.
Trump está sob intenso escrutínio do Congresso e de um conselheiro especial investigando interferência russa na eleição presidencial de 2016 e se a campanha de Trump possuía laços com a atividade. A Rússia negou alegações de agências da inteligência dos EUA de envolvimento de Moscou e Trump negou conspiração entre sua campanha e russos.
Um ponto negativo do programa da CIA, segundo uma das autoridades, é que alguns rebeldes armados e treinados se juntaram ao Estado Islâmico e outros grupos radicais, e alguns membros do governo anterior eram a favor de abandonar o programa.