DES MOINES, Iowa (Reuters) - Mesmo boicotando um debate entre seus rivais republicanos, o líder nas pesquisas de intenção de voto Donald Trump arrumou uma maneira de se destacar no mesmo momento em que o evento era realizado na quinta-feira, protagonizando uma de suas características performances dramáticas.
Em vez de comparecer ao sétimo debate entre os candidatos republicanos, o ex-apresentador de TV organizou um evento paralelo em outra parte da cidade, no qual ele disse ter arrecadado 6 milhões de dólares para militares veteranos dos EUA. Ao fazer isso, ele ofuscou seus rivais, que se dedicaram a lançar farpas frequentes contra ele.
A aposta de Trump de que poderia se retirar do campo de batalha, deixando-o para seus adversários se digladiarem, pareceu valer a pena, a apenas poucos dias do Estado do Iowa dar início ao processo de escolha do candidato presidencial republicano na eleição 2016. Ninguém pareceu se ressaltar como principal desafiante de Trump durante o debate de duas horas na cidade de Des Moines.
A recusa de Trump em participar do debate, por ter se irritado com a escolha da âncora da Fox News Megyn Kelly como moderadora, levou o presidente-executivo da emissora, Roger Ailes, a intervir para tentar resolver a rusga entre os dois, embora sem sucesso.
Em um comunicado, a Fox News disse que Trump solicitou uma doação de 5 milhões de dólares para sua campanha de caridade em troca do comparecimento dele ao debate, o que a emissora recusou.
Sem Trump no palco, o ex-governador da Flórida Jeb Bush e o governador de Nova Jersey, Chris Christie, encontraram mais espaço para apresentar seus argumentar aos eleitores que pretendem votar em um candidato mais convencional.
Ambos estão de olho no início das votações primárias, no dia 9 de fevereiro no Estado de New Hampshire, que ocorre logo em seguida ao caucus do Iowa realizado na segunda-feira e onde republicanos como eles tem mais chances de vencer.
O senador Ted Cruz, do Texas, e o senador Marco Rubio, da Flórida, os dois principais desafiantes de Trump em Iowa, entraram em discussão sobre imigração e não pareceram ameaçar a liderança de Trump, que se mantém à frente de Cruz nas pesquisas entre os republicanos de Iowa.
(Por John Whitesides, Ginger Gibson e Steve Holland)