WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado que o democrata mais importante no Comitê de Assuntos de Veteranos do Senado deveria renunciar após a escolha do presidente para comandar o Departamento de Assuntos de Veteranos desistir da indicação em meio a diversas acusações.
Na quinta-feira, o médico de Trump, Ronny Jackson, desistiu da indicação para comandar o departamento após acusações de que havia sido negligente com medicamentos prescritos e de que havia consumido álcool no trabalho.
Trump já havia apontado para o senador Jon Tester, democrata de posição mais alta no comitê de Assuntos de Veteranos do Senado, que irá buscar reeleição em novembro em Montana.
“Acusações feitas pelo senador Jon Tester contra o almirante/médico Ron Jackson estão se provando falsas... Tester deveria renunciar”, tuitou Trump neste sábado.
“O almirante Jackson é o tipo de homem que aqueles em Montana iriam respeitar e admirar, e, por ora, por nenhuma razão, sua reputação foi destruída. Injusto, Tester!”, acrescentou Trump.
Em comunicado, Tester disse que “nunca irá parar de lutar”.
“É minha função garantir que os veteranos de Montana tenham o que precisam e o que merecem, e eu nunca irei parar de lutar por eles como senador”, disse Tester.
Jackson é um almirante da Marinha dos EUA que tem sido médico de três presidentes e negou categoricamente as acusações.
Democratas disseram que mais de 20 pessoas, cujos nomes não informaram, disseram que Jackson prescrevia medicamentos de forma imprudente, havia ficado bêbado em uma festa do Serviço Secreto, destruído um veículo do governo e uma vez não pôde ser contatado em uma viagem de trabalho para providenciar tratamento médico porque estava desmaiado bêbado em um quarto de hotel.
Tester havia dito que o apelido de Jackson é “o homem dos doces” por conta de sua disposição para distribuir medicamentos prescritos.
A Casa Branca informou na sexta-feira que havia analisado registros de incidentes envolvendo veículos do governo e encontrou somente três que envolviam Jackson. Nenhum dos registros destacavam uso de álcool. A Reuters também revisou dois anos de auditorias da farmácia da unidade médica da Casa Branca, que não mostravam quaisquer grandes questões.
Separadamente, o Serviço Secreto dos EUA informou não ter registros para apoiar acusações de que seus funcionários intervieram para impedir Jackson de incomodar o ex-presidente Barack Obama durante uma viagem internacional em 2015.
(Reportagem de Idrees Ali)