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Por Brendan O’Brien e Susan Heavey e Andy Sullivan
CHICAGO/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a prisão do prefeito de Chicago e do governador de Illinois, ambos democratas, enquanto seu governo se prepara para enviar tropas militares para as ruas da terceira maior cidade dos EUA.
O apelo de Trump para prender dois oponentes proeminentes de sua repressão à imigração ocorre no momento em que outro rival político de alto nível, o ex-diretor do FBI James Comey, deve comparecer ao tribunal para enfrentar acusações criminais que foram amplamente criticadas como frágeis.
Trump frequentemente pede a prisão de seus oponentes desde que entrou na política em 2015, mas Comey é o primeiro a ser processado.
Em sua plataforma de mídia social, Trump acusou o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, e o governador de Illinois, JB Pritzker, de não protegerem os agentes de imigração que atuam em Chicago.
"O prefeito de Chicago deveria estar na cadeia por não proteger os oficiais da ICE! O governador Pritzker também!", escreveu Trump, referindo-se à equipe do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) dos EUA.
Johnson e Pritzker não puderam ser contatados imediatamente para comentar o assunto.
Centenas de soldados da Guarda Nacional do Texas se reuniram em uma instalação do Exército nos arredores de Chicago, apesar das objeções de Pritzker, Johnson e outros líderes democratas do Estado. Trump ameaçou enviar tropas para mais cidades dos EUA, as quais, segundo ele, na semana passada, poderiam servir como "campos de treinamento" para as Forças Armadas.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta quarta-feira revelou que a maioria dos norte-americanos se opõe ao envio de tropas sem uma ameaça externa.
Trump ordenou o envio de tropas da Guarda para Chicago e Portland, no Oregon, após seus envios anteriores para Los Angeles e Washington, D.C. Em todos os casos, ele desafiou a oposição ferrenha de prefeitos e governadores democratas, que afirmam que as alegações de Trump sobre a falta de lei e a violência não refletem a realidade.
"Meu objetivo é muito simples. PARAR O CRIME NA AMÉRICA!", escreveu ele em sua plataforma de mídia social.
Os crimes violentos estão caindo em muitas cidades dos EUA desde o pico da era da Covid, e as tropas da Guarda Nacional têm sido usadas até agora em grande parte para proteger instalações federais, e não para combater o crime nas ruas.
Os protestos contra as políticas de imigração de Trump em Chicago e Portland foram amplamente pacíficos e de tamanho limitado, de acordo com as autoridades locais, longe das condições descritas pelas autoridades do governo Trump.
"O que está acontecendo agora é literalmente terrorismo doméstico em Chicago", disse Todd Blanche, o segundo funcionário mais graduado do Departamento de Justiça, na Fox News.
Pritzker acusou Trump de tentar fomentar a violência para justificar uma maior militarização, e seu Estado entrou com um processo para impedir a mobilização militar na cidade. Na segunda-feira, um juiz federal permitiu que a mobilização prosseguisse por enquanto. Outro juiz federal bloqueou o deslocamento para Portland.
Trump ameaçou invocar uma lei anti-insurreição para evitar qualquer ordem judicial que o bloqueie. Essa lei foi invocada pela última vez durante os distúrbios de Los Angeles em 1992.
(Reportagem de Brendan O’Brien, em Chicago, e Susan Heavey e Katharine Jackson, em Washington)