Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - Diante da turbulência que tomou conta de seu governo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embarca para o exterior nesta sexta-feira para uma viagem que a Casa Branca espera desviar o foco das polêmicas para a agenda de política externa.
Trump parte para a Arábia Saudita na tarde desta sexta-feira, e na próxima semana fará paradas em Israel, Bélgica e Itália. A viagem está sendo divulgada como uma chance de visitar locais sagrados para três das maiores religiões do mundo e ao mesmo tempo ser visto ao lado de líderes árabes, israelenses e europeus.
Mas o turbilhão político que envolveu Washington desde que Trump demitiu o diretor do FBI James Comey, as alegações de que pressionou Comey para que ele parasse de investigar seu ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn e a indicação subsequente de um assessor especial para analisar as alegações de interferência da Rússia na eleição de 2016 e laços em potencial de Moscou com a campanha de Trump ameaçam ofuscar a viagem.
"Não vemos a hora de deixar toda esta situação para trás", disse o presidente republicano em uma coletiva de imprensa na Casa Branca na quinta-feira.
A turnê no exterior, sua primeira viagem internacional desde que tomou posse em janeiro, pode ajudar ou não.
Trump deve ser recebido calorosamente pelos líderes de Riad e Jerusalém, mas pendências relativas às suas opiniões sobre o acordo nuclear com o Irã, o comprometimento com a Otan e seu ceticismo com o acordo de Paris contra as mudanças climáticas podem criar tensões em encontros com colegas europeus em Bruxelas e na Sicília.
"Quase sempre é verdade que, quando um presidente faz uma grande viagem ao exterior, especialmente uma que tem algumas reuniões importantes..., isso domina o noticiário e nocauteia a maioria das outras coisas", disse o estrategista republicano Charlie Black.
A Casa Branca delineou três objetivos para a viagem: reafirmar a liderança dos EUA globalmente, cultivar relações com líderes mundiais e divulgar "uma mensagem de unidade aos amigos da América e aos fiéis de três das maiores religiões do mundo", disse o assessor de segurança nacional, H.R. McMaster.
Trump provocou uma controvérsia como candidato presidencial ao defender que todos os muçulmanos fossem impedidos temporariamente de entrar nos EUA, e já empossado emitiu decretos nesse sentido que estão emperrados nos tribunais.
(Reportagem adicional de Steve Holland e John Walcott)