Por Renee Maltezou e Erik Kirschbaum
BERLIM (Reuters) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e a chanceler alemã, Angela Merkel, mostraram boa vontade mútua nesta segunda-feira, apelando para que gregos e alemães deixem de lado recriminações e estereótipos nacionais e trabalhem para uma Europa melhor no futuro.
Apesar das palavras calorosas do premiê grego em sua primeira visita a Berlim, não ficou claro se os líderes diminuíram as diferenças sobre as reformas econômicas que a Grécia precisa implementar para garantir recursos necessários urgentemente de seus credores. Os dois líderes discutiriam mais detalhes das reformas em um jantar.
Tsipras insistiu que não estava na Alemanha para resolver os problemas de restrição de liquidez da Grécia, mas para encontrar terreno comum para avançar na zona do euro.
Ele condenou como uma "provocação injusta" a capa de uma revista alemã que colocou Merkel em meio a oficiais nazistas em Acrópole, em Atenas. E em uma repreensão ao seu próprio ministro da Justiça, ele disse que ninguém na Grécia estava considerando apreensão ou leiloar propriedade alemã para reparações de guerra.
"Por favor, vamos deixar essas sombras do passado para trás", disse Tsipras, destacando que a União Europeia era uma força para a estabilidade em uma região conturbada.
Merkel disse que a Alemanha, que tem a maior população e a maior economia da União Europeia, considerava todos os países como iguais e queria manter boas relações com todos, inclusive a Grécia.
A chanceler deixou claro que não poderia haver uma solução para fornecer recursos à Grécia a partir das conversas desta segunda-feira, uma vez que a decisão cabe aos ministros das finanças dos 19 países do Eurogrupo.
A Alemanha quer que a Grécia recupere o crescimento e supere o alto desemprego, disse Merkel, acrescentando que "para isso, é preciso de reformas estruturais, um sólido orçamento e uma administração funcional".