PARIS (Reuters) - A agitação política na França não afetará os preparativos para os Jogos Olímpicos, disseram o presidente do COI, Thomas Bach, e os organizadores de Paris 2024 nesta segunda-feira, depois que o presidente Emmanuel Macron chocou a França com a convocação de novas eleições parlamentares.
Macron convocou a eleição antecipada para tentar reafirmar sua autoridade depois que o Reunião Nacional (RN), de extrema-direita, derrotou seu partido na votação de domingo no Parlamento Europeu.
As rodadas de votação serão realizadas em 30 de junho e 7 de julho, sendo que a última ocorrerá menos de três semanas antes do início dos Jogos Olímpicos, de 26 de julho a 11 de agosto em Paris.
"A França está acostumada a realizar eleições, eles farão isso mais uma vez, haverá um novo governo e todos apoiarão os Jogos Olímpicos", disse Bach durante um evento de preparação para Paris 2024 na capital francesa, acrescentando que os líderes políticos franceses estavam unidos em seu apoio aos Jogos.
"Não tenho nenhuma indicação de que essa unidade será quebrada agora, apenas alguns dias antes da abertura dos Jogos", declarou Bach.
Entretanto, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, membro do partido socialista, adotou um tom mais crítico.
Hidalgo disse que estava "tendo dificuldade para entender" por que Macron decidiu lançar o país em uma incerteza política tão perto dos Jogos, chamando a medida de "mais um golpe" do presidente.
O chefe da Paris 2024, Tony Estanguet, disse que sua equipe estava "mais determinada do que nunca" a fazer dos Jogos um sucesso.
"Houve cerca de 10 eleições desde que lançamos a candidatura para os Jogos Olímpicos e entendemos como trabalhar com os atores públicos", afirmou ele.
Em uma declaração à Reuters, os organizadores de Paris 2024 disseram que estavam prontos para realizar os Jogos após sete anos de preparação e para ajudar a unir a nação.
"Faltando apenas algumas semanas para os Jogos, entramos em uma fase altamente operacional. Todas as principais decisões já foram tomadas há muito tempo", diz o comunicado.
"O Estado é obviamente um ator fundamental, mas sabemos que podemos contar com seu total engajamento e o de nossos serviços públicos, mesmo no contexto dessas eleições antecipadas, para avançar nas questões restantes", acrescentou.
(Reportagem de Tassilo Hummel e Julien Pretot)