ANCARA (Reuters) - A operação militar turca para resgatar 38 soldados que protegiam um túmulo na Síria cercado por militantes do Estado Islâmico foi lançada para combater um possível ataque contra eles, disse o porta-voz presidencial Ibrahim Kalin, nesta segunda-feira.
A ação, que envolveu tanques, drones e aviões de reconhecimento, bem como várias centenas de tropas terrestres, foi a primeira do tipo realizada por soldados turcos na Síria desde o início da guerra civil nesse país há quase quatro anos.
"Com essa operação, o nosso governo removeu o risco de um possível ataque ao túmulo e ao posto militar, e de risco à vida de nossos soldados", afirmou Kalin, em entrevista coletiva em Ancara.
O governo sírio descreveu a operação como ato de "flagrante agressão", uma resposta desconsiderada por Kalin, que disse que as autoridades sírias perderam toda a legitimidade.
Ele também afirmou que as autoridades turcas estão trabalhando intensamente com as autoridades britânicas para rastrear três estudantes de Londres que viajaram para a Turquia na semana passada e que estariam a caminho da Síria.
Milhares de estrangeiros de mais de 80 países, incluindo a Grã-Bretanha, outras partes da Europa, China e Estados Unidos se juntaram às fileiras do Estado islâmico e outros grupos radicais na Síria e no Iraque, na maioria cruzando a Turquia, para chegar ao território sob controle dessas organizações.
A Turquia disse que precisa de mais informações de agências de inteligência ocidentais para interceptá-los. Segundo Kalin, o país já deportou um total de 1.400 pessoas suspeitas de tentarem integrar grupos extremistas.
(Reportagem de Tulay Karadeniz e Humeyra Pamuk)