Por Ece Toksabay e Daren Butler
ANCARA (Reuters) - A Turquia informou nesta terça-feira que irá realizar busca no consulado da Arábia Saudita em Istambul, onde o jornalista saudita Jamal Khashoggi desapareceu na semana passada, e o Reino Unido pediu para Riad fornecer “respostas urgentes” sobre o desaparecimento.
Khashoggi foi visto pela última vez há uma semana entrando no consulado em Istambul para buscar documentos relacionados ao seu futuro casamento. Sua noiva, aguardando do lado de fora, disse que ele nunca saiu e fontes turcas disseram acreditar que Khashoggi, um proeminente crítico às políticas sauditas, foi morto dentro da missão.
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, pediu na segunda-feira para a Arábia Saudita provar sua declaração de que Khashoggi deixou o consulado.
O Departamento de Estado norte-americano informou não saber o que aconteceu com Khashoggi e se ele está vivo ou não.
“Nós não sabemos o que aconteceu com ele. Nós não temos nenhuma informação sobre isto”, disse a porta-voz Heather Nauert a repórteres, acrescentando: “Nós não queremos fazer quaisquer julgamentos sobre o que aconteceu”.
A Arábia Saudita rejeitou como infundadas acusações de que matou ou sequestrou Khashoggi. Nesta terça-feira, a agência estatal turca Anadolu relatou que Riad havia convidado especialistas turcos e outras autoridades para visita ao consulado.
O Reino Unido pediu para o governo saudita explicar o que aconteceu.
“Acabo de encontrar o embaixador saudita para buscar respostas urgentes sobre Jamal Khashoggi”, disse o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, em publicação no Twitter (NYSE:TWTR).
“Violência contra jornalistas em todo o mundo está crescendo e é uma grave ameaça à liberdade de expressão. Se relatos da mídia se mostrarem corretos, nós iremos tratar este incidente seriamente – amizades dependem de valores compartilhados”, escreveu.