Por Elizabeth Culliford
(Reuters) - O Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) disse nesta terça-feira que não recomendará contas do governo russo aos usuários como parte de uma mudança de regra que afeta contas administradas por Estados que limitem o acesso à internet e estejam envolvidos em conflitos armados.
A empresa de mídia social também disse que agora exigirá a remoção de imagens que retratem prisioneiros de guerra publicadas por contas de mídia afiliadas a governos ou Estados. O governo da Ucrânia publicou conteúdo com prisioneiros de guerra em suas redes sociais nas últimas semanas.
"Quando um governo bloqueia ou limita acesso a serviços online dentro de seu Estado, calando vozes do público e sua capacidade de acessar informação livremente e continua a usar serviços online para suas próprias comunicações, um grave desequilíbrio de informação é criado", afirmou o Twitter.
A empresa disse que a nova regra se aplica independente do Twitter em si ter sido ou não bloqueado e que ela será implementada pela primeira vez sobre contas do governo russo. Um porta-voz disse que isso afetará mais de 300 contas vinculadas ao Kremlin.
O Twitter também disse que exigirá que contas afiliadas a governos ou Estados removam qualquer mídia publicada que apresente prisioneiros de guerra. A empresa afirmou que nos casos em que há um "interesse público convincente" no acesso ao conteúdo, como para fins de prova, adicionará um alerta aos tuítes.
Durante a guerra, as contas de mídia social do governo ucraniano publicaram vídeos que parecem apresentar prisioneiros de guerra russos respondendo a perguntas ou fazendo ligações para casa. Questionado por jornalistas sobre essas publicações, o chefe de integridade do Twitter, Yoel Roth, disse que esses tuítes serão cobertos pelas novas regras, mas a política não será aplicada retroativamente.
“Não queremos que o Twitter seja usado por atores estatais para infringir o direito internacional humanitário e, da melhor forma possível, queremos desincentivar os governos a se envolverem nesse tipo de comportamento”, disse Roth, citando a Convenção de Genebra, que protege os prisioneiros de guerra contra abusos, incluindo insultos e curiosidade pública.
O Twitter também disse que exigirá a remoção de tuítes publicados por qualquer usuário que exiba conteúdo que retrate prisioneiros de guerra e que sejam compartilhados com intenção abusiva.