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Por Max Hunder
REGIÃO DE DNIPROPETROVSK, Ucrânia (Reuters) - Quando o presidente Volodymyr Zelenskiy disse, no final do mês passado, que a Ucrânia precisava de US$6 bilhões para financiar a produção de drones interceptadores, estabelecendo uma meta de 1.000 por dia, ele tinha seus motivos.
Já tendo remodelado o campo de batalha ao fazer o trabalho antes reservado a mísseis de longo alcance, à artilharia de campo e à inteligência humana, os drones do lado ucraniano agora estão combatendo os drones russos -- vantagem para o estoque cada vez menor de sistemas de mísseis de defesa aérea da Ucrânia.
Nos últimos dois meses, apenas uma instituição ucraniana que fornece drones interceptadores aéreos afirma que seus dispositivos derrubaram cerca de 1.500 dos drones enviados pela Rússia para reconhecimento do campo de batalha ou para bombardeio de vilas e cidades da Ucrânia.
Mais importante ainda, esses interceptores têm o potencial de ser uma alternativa barata e abundante ao uso de mísseis de defesa aérea de fabricação ocidental ou soviética, esgotados pela incapacidade ou relutância dos aliados em reabastecê-los.
O 1.129º regimento de defesa aérea do coronel Serhiy Nonka, que começou a usá-los há um ano para abalroar e explodir drones inimigos, estimou que eles podem derrubar um drone de reconhecimento russo por cerca de um quinto do custo de fazê-lo com um míssil.
Como resultado, a profundidade em que esses drones de reconhecimento inimigos podem voar atrás das linhas ucranianas diminuiu drasticamente, disse Nonka.
Assim como os drones com visão em primeira pessoa (First-Person View) que agora dominam o campo de batalha, os drones interceptadores são pilotados por um operador em solo por meio da transmissão de vídeo de uma câmera embarcada.
"Quando começamos a trabalhar (com esses drones), o inimigo voava a 800 ou mil metros”, disse o oficial que liderou a adoção da tecnologia pelo 1.129º regimento, Oleksiy Barsuk. “Agora são três, quatro ou cinco mil -- mas o zoom (da câmera) deles não é infinito."
A maioria dos drones interceptadores do regimento é fornecida por organizações militares que arrecadam fundos para armas e equipamentos por meio de doações de civis.
Taras Tymochko, da maior dessas organizações, a Come Back Alive, disse que atualmente fornece interceptadores para 90 unidades.
Desde o início do projeto, há um ano, a organização afirma que mais de 3.000 drones foram abatidos com equipamentos fornecidos por ela -- quase metade nos últimos dois meses.
No entanto, esses interceptadores ainda não são páreo para mísseis em aproximação ou para os drones de ataque movidos a jato que Moscou começou a usar recentemente.