Por Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - A Itália e outros países da zona do euro atingidos pelo surto de coronavírus devem se beneficiar de isenções do acordo com as regras fiscais da União Europeia, que permitirão que gastem mais para enfrentar a emergência, disse o comissário de economia do bloco nesta quarta-feira.
Sob as regras da UE, Estados membros do bloco com alta dívida, como a Itália, devem manter um controle sobre seus gastos e reduzir a dívida.
Mas eles permitem "cláusulas de flexibilidade ligadas às chamadas circunstâncias excepcionais", disse Paolo Gentiloni em entrevista coletiva, respondendo a perguntas se a Comissão Europeia poderia conceder margem de manobra fiscal à Itália para combater a epidemia.
Gentiloni disse que conversações com os países afetados ocorrerão nos próximos meses para avaliar sob quais condições eles podem usar a flexibilidade fiscal. No passado, a Itália com altas dívidas se beneficiou das isenções da UE para cobrir os custos de reconstrução após os terremotos.
Mais gastos são vistos como a reação mais provável dos governos da UE contra o surto de vírus, em vez de mais estímulos monetários do Banco Central Europeu.
O bloco se beneficiaria de mais gastos na Alemanha e em outros países com grandes economias, afirmou a UE repetidamente.
Isso pode encerrar uma lacuna de investimento de longa data e ajudar a combater uma desaceleração que era esperada antes mesmo do surto de coronavírus atingir a Itália, a terceira maior economia da zona do euro de 19 países.
(Reportagem de Francesco Guarascio e Jan Strupczewski)