Por Philip Pullella
CASTELGANDOLFO, Itália (Reuters) - Se você já teve vontade de conhecer o mundo pelo ponto de vista de um papa, agora pode. O Vaticano transformou parte da suntuosa residência de verão do pontífice ao sul de Roma, que o papa Francisco nunca usou, em um museu e o ligou à capital italiana por trem.
Ambos foram inaugurados nesta sexta-feira, e um de seus principais atrativos é a chance de se debruçar em uma janela com vista para um grande pátio de onde papas anteriores a Francisco abençoaram multidões a cada domingo durante suas férias de verão.
Sete aposentos amplos na hoje desocupada vila abrigam uma galeria de retratos papais e artefatos pontifícios, como vestes litúrgicas de bordados intrincados, tronos elaborados de centenas de anos e vários pares de chinelos papais, incluindo os usados pelo papa Pio 5º, falecido em 1572.
Relembrando uma época na qual os pontífices preferiam a pompa, os visitantes também podem inspecionar o uniforme do "mazziere", uma espécie de leão de chácara do papa na Idade Média cuja função era afastar as pessoas que se aproximassem demais durante a passagem do líder católico.
O papa Francisco, que tem um ritmo intenso de trabalho e abriu mão dos apartamentos papais no Vaticano em troca de uma suíte em uma casa de hóspedes, não tira férias. Ter esnobado Castelgandolfo levou a uma queda no turismo que afetou a economia local.
Revelar as instalações "foi iniciativa do papa", contou o chefe dos museus do Vaticano, Antonio Paolucci. "Francisco disse 'não vou a Castelgandolfo porque tenho muito o que fazer no Vaticano', por isso me pediu para abrir o palácio e os arredores ao público".