WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos deixaram claro nesta segunda-feira que só concordarão com uma suspensão gradual de sanções ao Irã se Teerã respeitar o acordo final concebido para deter seu programa nuclear.
"Não dá para começar a falar sobre o alívio das sanções até que tenhamos obtido acordos sobre como iremos fechar toda e qualquer rota que os leve a uma arma nuclear", declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em uma coletiva de imprensa.
"Jamais adotamos a posição de que todas as sanções contra o Irã devem ser retiradas já no primeiro dia", disse.
A Casa Branca está trabalhando intensamente para convencer os legisladores norte-americanos a aceitarem o rascunho de acordo firmado na quinta-feira passada entre Irã, Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e China.
O esboço foi um grande passo rumo a um pacto definitivo, mas não incluiu um entendimento sobre o cronograma e o alcance do alívio das sanções. Muitos outros temas também precisam ser definidos antes do final de junho, prazo para o acerto final.
Os principais negociadores do Irã interpretaram o desfecho diferente, dizendo que a suspensão das sanções não irá ocorrer em fases, mas imediatamente assim que um acordo nuclear for assinado.
Earnest declarou que Washington irá querer acompanhar como o Irã cumpre a sua parte à medida que remove as sanções.
Ele afirmou que será mais provável que Teerã o faça se seus líderes souberem que as sanções econômicas serão retomadas se violarem o acordo. Os EUA anteveem um momento no qual as sanções poderão ser retiradas, mas só depois do "cumprimento assíduo durante um longo período de tempo", segundo Earnest.
O secretário de Energia dos EUA, Ernest Moniz, disse nesta segunda-feira que as diferenças de visão dos dois lados sobre o acordo não são desavenças sobre o conteúdo, mas que têm relação com o que cada parte preferiu enfatizar.
"Não há dúvida de que no momento há uma narrativa diferente, mas não conflitante com o que está escrito", afirmou Moniz.
(Por Doina Chiacu e Jeff Mason)