Por Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - A escolha do presidente norte-americano, Donald Trump, para secretária de Educação, a bilionária Betsy DeVos, teve a sua indicação aprovada pelo Senado nesta terça-feira, mas somente depois de o vice-presidente da República, Mike Pence, ser chamado para desempatar a votação.
O voto de desempate, que autoridades do Senado disseram não ter precedentes em uma confirmação de nome indicado para o gabinete, ocorreu após uma noite de debate sobre DeVos, em que democratas do Senado tentaram pressionar pelo menos mais um republicano a se opor à nomeação e derrubar a indicação.
Apenas dois republicanos se juntaram aos 46 democratas e dois independentes em oposição a DeVos. Críticos dizem que ela é despreparada para liderar o Departamento de Educação, após uma audiência de confirmação dura no Senado.
O líder democrata do Senado, Chuck Schumer, imediatamente ridicularizou o processo. "Este gabinete é tão desqualificado, tão divisionista, que Mike Pence teve que vir aqui dar o seu voto decisivo", escreveu ele em um post no Twitter depois da votação.
De acordo com a Constituição dos Estados Unidos, o vice-presidente também atua como presidente do Senado, com poder de voto apenas quando há empate em votações de indicações ou legislação.
O republicano Trump enviou pelo Twitter seus parabéns à indicada, e Pence a elogiou. "A votação de hoje para confirmar a secretária de Educação @BetsyDeVos foi um voto para cada criança ter a chance de uma educação de classe mundial", escreveu o vice-presidente em um tuíte.
Uma vez que somente as senadoras republicanas Susan Collins, de Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca, se juntaram aos democratas e dois independentes em oposição a DeVos, a votação ficou empatada em 50, na Casa de 100 integrantes.
Historicamente, os candidatos ao gabinete com fraco apoio no Senado pedem ao presidente para retirar sua nomeação, o que DeVos não fez.
DeVos tem defendido as atuado em escolas licenciadas, que atuam independentemente das escolas distritais e frequentemente são administradas por corporações. Os democratas estão preocupados de que ela vai promover as escolas licenciadas de uma forma que prejudicaria as escolas públicas, que são a âncora do sistema de ensino dos EUA.