Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - “Eu gosto de números”, diz Warren Buffet em um documentário da HBO sobre sua vida, com estreia prevista para o fim do mês. “Isso começou há mais tempo do que me recordo. Me sentia bem trabalhando com números”.
O sucesso com os números ajudou O bilionário a se tornar um dos investidores mais admirados do mundo, e também um dos maiores filantropos, apesar de ter passado a maior parte de seus 86 anos distante de Wall Street, preferindo sua casa em Omaha, Nebraska, onde administra a Berkshire Hathaway desde 1965.
Sua vida agora é assunto do documentário "Becoming Warren Buffett”, com estreia prevista para 30 de janeiro na HBO.
Dirigido por Peter Kunhardt, cujos temas de filmes incluíram o ex-presidente norte-americano Richard Nixon e a empresária e apresentadora Oprah Winfrey, o documentário foi narrado por Buffet e contém entrevistas com pessoas próximas a ele, incluindo suas irmãs, três filhos, o vice-presidente do Conselho da Berkshire, Charlie Munger, e os filantropos Bill e Melinda Gates.
O filme também fornece um novo olhar sobre o “Oráculo de Omaha”, título da biografia best-seller de 2008 para o qual ele contribuiu extensamente, mas desaprovou algumas partes.
Fãs do investidor não aprenderão nada muito novo. E Buffett continuou reticente sobre algumas questões, incluindo a última conversa com seu pai, e da decisão de sua primeira esposa, Susan, de ir embora em 1977.
Mas ele relembrou, com gosto, algumas histórias menos conhecidas, incluindo a superação de seu medo de falar em público e o fato de ter ido buscar uma garota em um carro funerário para um encontro no colegial. Ele era dono de metade do veículo. “Não é a coisa mais sutil”, relembra.
Os Buffetts permaneceram casados mas viveram separados até a morte de Susan Buffett em 2004. “Não há ser humano melhor do que ele”, disse ela em uma entrevista antes de sua morte.
A segunda mulher de Buffett, Astrid, com a qual ele casou em seu 76º aniversário, não foi entrevistada para o filme.
O filme mostra a preferência de Buffett por um estilo de comprar e manter investimentos em “companhias maravilhosas a preços justos”, e não companhias justas a preços maravilhosos.
Também mostra a capacidade de Buffett de se conectar com pessoas comuns. O bilionário dirige seu próprio carro até o trabalho, mora em uma casa de tamanho normal, não gosta de vegetais e fala de maneira simples sobre os mercados financeiros e o mundo.
O documentário inclui também seu testemunho ao Congresso em 1991 sobre um escândalo de leilões do Tesouro na Salomon Brothers, na qual ele era presidente interino do Conselho. Na ocasião, ele prometeu ser “implacável” com pessoas que danificarem a reputação de seus empregadores.
“Warren não está interessado em ganhar dinheiro trapaceando pessoas”, disse Munger.
(Por Jonathan Stempel, em New York)