Por Philip Pullella
(Reuters) - O Vaticano e o Vietnã anunciaram nesta quinta-feira que concordaram em ter um representante papal residente em Hanói, um passo que pode levar a relações diplomáticas plenas com o país comunista e fornecer um modelo para laços com a China.
A medida, noticiada pela primeira vez pela Reuters em 16 de julho, foi anunciada logo depois que o papa Francisco recebeu o presidente vietnamita, Vo Van Thuong, em uma audiência privada.
A decisão é o resultado da atuação de um grupo de trabalho conjunto iniciado em 2009.
Um comunicado conjunto afirma que as duas partes desejam "continuar avançando nas relações bilaterais".
De acordo com um alto funcionário da Santa Sé, o Vaticano também pediu oficialmente, mas em particular, à China a permissão de um representante papal permanente em Pequim.
Autoridades do Vaticano esperam que a aceitação do Vietnã possa ajudar a persuadir Pequim a fazer o mesmo, disseram diplomatas à Reuters.
As relações entre o Vaticano e a China têm sido difíceis desde um acordo em 2018 sobre a nomeação de bispos que o Vaticano diz que a China violou várias vezes. O Vaticano diz que um escritório com um representante em Pequim pode evitar problemas futuros.
O Vietnã rompeu relações com o Vaticano depois que os comunistas assumiram o controle do país reunificado no final da Guerra do Vietnã, em 1975. As autoridades então entendiam que a Igreja Católica no Vietnã era historicamente muito próxima da antiga potência colonial, a França.
Partes do comunicado conjunto ecoam argumentos que o Vaticano tem usado para tentar convencer a China a avançar nas relações, como a capacidade de os vietnamitas serem "bons católicos e bons cidadãos", contribuindo para o desenvolvimento do país.
(Francesco Guarascio em Hanói)