PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - Os vizinhos da Coreia do Norte e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudaram a histórica cúpula entre as duas Coreais desta sexta-feira, e Pequim e Tóquio incentivaram os dois lados a manterem o impulso que levou a um apaziguamento considerável da tensão na península.
Na primeira cúpula entre as Coreias em mais de uma década, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, prometerem trabalhar pela "desnuclearização completa da península coreana".
Os dois lados anunciaram que trabalharão juntamente com os EUA e a China para declarar um fim oficial da Guerra da Coreia de 1950-53 e buscar um acordo para estabelecer uma paz "permanente" e "sólida" em seu lugar.
Em seus primeiro tuítes de Washington, Trump elogiou o encontro, ainda que expressando dúvidas sobre quanto tempo a diplomacia positiva irá durar.
"Coisas boas estão acontecendo, mas só o tempo dirá!", tuitou, acrescentando em outro: "GUERRA DA COREIA VAI ACABAR! Os Estados Unidos, e todo seu GRANDE povo, deveriam estar muito orgulhosos com o que está ocorrendo agora na Coreia!"
A China, principal aliada de Pyongyang e com receio de ser deixada de lado em meio à reaproximação das Coreias rivais e à esperada cúpula entre Trump e Kim, disse estar disposta a continuar desempenhando um papel na solução do impasse de décadas entre as vizinhas de península, decorrente dos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.
No mês passado Kim fez uma visita surpresa a Pequim, onde se reuniu com o líder chinês, Xi Jinping.
A China "espera que todos os lados relevantes consigam manter o impulso do diálogo e trabalhem juntos para promover a desnuclearização da península e o processo de acordo político para a questão da península", disse o Ministério das Relações Exteriores chinês em um comunicado.
"A China está disposta a continuar desempenhando um papel proativo a este respeito", acrescentou.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse ter uma "grande" esperança de que Pyongyang adotará medidas concretas para levar a cabo suas promessas de desnuclearização.
"Ficarei atento à conduta futura da Coreia do Norte", disse Abe aos repórteres.
Indagado se receia que o Japão seja excluído do processo de desnuclearização, Abe respondeu: "De jeito nenhum. Conversei com o presidente Trump durante mais de 11 horas pouco tempo atrás e chegamos a um acordo completo quanto às nossas ações, esforços e diretrizes básicas."
O Kremlin também saudou a cúpula e disse que o presidente russo, Vladimir Putin, defende há tempos as conversas diretas entre as duas Coreias.
(Por Ben Blanchard, em Pequim, Kiyoshi Takenaka, em Tóquio, Gabrielle Tetrault-Farber, em Moscou, e Susan Heavey, em Washington)