Por Drazen Jorgic e Fayaz Bukhari
ISLAMABAD/SRINAGAR, India (Reuters) - Os Estados Unidos afirmaram neste domingo que querem saber se o Paquistão usou caças F-16 construídos nos EUA para abater uma aeronave indiana, potencialmente violando acordos, enquanto o impasse entre os vizinhos asiáticos armados nuclearmente parece estar passando.
Paquistão e Índia realizaram missões de bombardeio aéreo esta semana, incluindo uma disputa na quarta-feira que terminou com um piloto indiano abatido sobre a região disputada da Caxemira, em um incidente que alarmou potências mundiais e gerou temores de uma guerra.
Na quarta-feira, um porta-voz do Exército paquistanês negou as alegações da Índia de que o Paquistão usou os F-16.
O Paquistão devolveu o piloto indiano capturado na sexta-feira, em uma ação classificada por Islamabad como um "gesto de paz", que aparentemente reduziu significativamente as tensões, mas ambos os lados permanecem em alerta máximo.
Na Linha de Controle (LoC), a fronteira de fato entre os dois países na região da Caxemira, havia uma relativa calma nas últimas 24 horas, disseram os dois exércitos no domingo. Mas as forças de segurança indianas informaram estar realizando grandes operações anti-militância do seu lado da Caxemira e que haviam matado dois militantes.
A embaixada dos EUA em Islamabad disse no domingo que estava investigando notícias de que o Paquistão usou caças F-16 para abater o piloto indiano, uma possível violação dos acordos de venda militar de Washington, que limitam a forma como o Paquistão pode usar os aviões.
"Estamos cientes desses relatórios e estamos buscando mais informações", disse um porta-voz da embaixada dos EUA. "Levamos muito a sério todas as alegações de uso indevido de artigos de defesa."
Embora o Paquistão tenha negado o uso dos F-16, não especificou quais aviões usou. Na quinta-feira, autoridades indianas mostraram aos repórteres partes do que chamaram de um míssil ar-ar que só pode ser disparado de jatos F-16, alegando que eles foram usados para bombardear seu lado da disputada fronteira da Caxemira na quarta-feira.