A explosão do gasoduto Nord Stream em setembro de 2022, que transportava gás natural da Rússia para a União Europeia, pelo Mar Báltico, teria sido aprovada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de acordo com reportagem do Wall Street Journal de 4ª feira (14.ago.2024).
A operação, supostamente financiada por empresários e supervisionada pelo comandante-chefe de Zelensky, Valeriy Zaluzhniy, se deu 7 meses depois de a Rússia invadir a Ucrânia. Ainda segundo a reportagem, o presidente ucraniano tentou cancelar a missão, mas o comandante, que liderava os esforços, seguiu em frente.
Kiev negou o ato que piorou a crise energética na Europa e impactou a exportação de gás natural da Rússia. “Tal ato só pode ser realizado com amplos recursos técnicos e financeiros… e quem possuía tudo isso na hora do bombardeio? Somente a Rússia”, disse Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial ucraniano à Reuters nesta 5ª feira (15.ago).
O general Zaluzhniy, agora embaixador da Ucrânia no Reino Unido, disse não saber sobre tal operação. Ele acrescentou que as forças armadas do seu país não estavam autorizadas a conduzir missões no exterior e, portanto, não estaria envolvido.
Um alto funcionário do serviço de inteligência ucraniano também negou as alegações do jornal norte-americano. Afirmou que seu governo não teve nada a ver com a sabotagem e que Zelensky “não aprovou a implementação de tais ações no território de terceiros países e não emitiu ordens relevantes“.
Investigação
Parte da reportagem do WSJ recebeu confirmação de uma investigação alemã de quase 2 anos sobre o ataque. Ainda na 4ª feira (14.ago), a mídia alemã relatou que, em junho de 2024, um promotor federal do país emitiu um mandado de prisão para um instrutor de mergulho ucraniano suspeito de integrar a equipe que plantou os dispositivos explosivos.
Segundo o jornal alemão sueddeutsche, o ucraniano que vivia na Polônia fugiu para seu país de origem. “O homem atravessou a fronteira entre a Polônia e a Ucrânia no início de julho”, disse a porta-voz do Gabinete do procurador-geral em Varsóvia, capital polonesa.
A investigação alemã agora se concentra em Zaluzhniy e em seus assessores. Com as descobertas, a relação entre Kiev e Berlim pode ficar estremecida. A Alemanha forneceu financiamento e equipamento militar a Ucrânia, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.