Em momentos de Crises, como a que vivemos do Coronavírus, pode ficar mais difícil para os Operadores se situarem no Mercado devido à alta volatilidade e identificarem se uma Ação pode ser uma boa oportunidade ou uma furada.
A pandemia mexeu com receitas, produtividade e até colocou em dúvida a falência de algumas empresas. Ao mesmo tempo, a queda brutal dos juros transformando a Renda Fixa em um investimento pouco atraente, ajudou a migrar o dinheiro para a Bolsa, o que pode ter inflado de forma artificial os preços das Ações.
Para ajudar o investidor a fazer um “raio-x” do que presta ou não na Bolsa, temos os conceitos de Valuation, que nada mais são do que um conjunto de indicadores que vão apontar os principais fundamentos das companhias.
São ferramentas capazes de fazer um estudo aprofundado da saúde financeira das empresas e auxiliar na tomada de decisão.
Se basear somente nos gráficos pode ser muito arriscado, já que em Crises os preços caem de uma forma generalizada, mas como saber quais as melhores empresas, quais as mais estruturadas financeiramente para superar o caos?
1 – P/L: Preço da Ação dividido pelo Lucro Por Ação
O P/L é utilizado para estimar quanto o mercado está disposto a pagar pelos lucros de uma empresa. Ou seja, quanto maior o resultado do P/L, mais você está pagando para obter rendimentos.
Caso o resultado de certa empresa tenha um valor muito acima de outra do mesmo setor, é possível fazer duas leituras: ou a ação pode estar cara, ou o mercado tem expectativas altas em relação a estes papéis.
Exemplo disso são as empresas de tecnologia. Por vezes têm este valor elevado, mas podem possuir uma expectativa embutida nos seus preços. Em 2010, ninguém imaginava que a Magalu, além das lojas, teria um e-commerce forte e um marketplace para outras empresas venderem produtos no seu site. Com isso, as projeções podem se alterar e os cálculos podem ficar defasados.
2 – P/VPA: Preço da Ação dividido pelo Valor Patrimonial da Ação
O P/VPA estabelece a relação entre o preço da ação e o valor patrimonial proporcional da empresa. O que quer dizer, na prática, que estabelece o quanto os investidores estão pagando pelo patrimônio líquido da companhia.
Para que, em teoria, uma ação esteja sendo negociada em linha com o seu valor patrimonial, o resultado do cálculo deve ser 1 ou algum valor próximo disso.
Quando este valor está muito abaixo de 1, pode representar uma subvalorização daquele papel. O contrário aqui também é válido. Se este número for muito superior a 1, pode demonstrar uma sobrevalorização.