5 lições da atual temporada de balanços em Wall Street

Publicado 18.08.2025, 13:35

As empresas estão reportando resultados excepcionais. Eis os principais pontos que a última temporada de balanços nos trouxe:

1. Gasto com hyperscalers dispara

As grandes revisões neste trimestre vieram de Google e Meta, seguidos de perto por Microsoft e Amazon. O ponto central é que quem mais amplia seus investimentos em capex é quem mais surpreende em termos de resultados, o que pressiona os hyperscalers a manter o ritmo de aportes.

Meta: A Meta Platforms revisou sua projeção de capex para 2025 para uma faixa entre US$ 64 e 72 bilhões, representando alta de 20% em relação à estimativa anterior de US$ 60 a 65 bilhões.

Alphabet: A Alphabet elevou sua previsão de capex para 2025 para US$ 85 bilhões, cerca de 40% acima do valor originalmente projetado de US$ 60 bilhões para o ano. O Google Cloud registrou crescimento expressivo de 32% na base anual, com receita recorrente anualizada próxima de US$ 54 bilhões.

Microsoft Azure: Avançou 39% na base anual, alcançando ritmo anualizado de aproximadamente US$ 86 bilhões. A empresa destacou que conseguiu ampliar a capacidade no trimestre, mas ainda enfrenta restrições de oferta.

Amazon (AWS): Ficou atrás dos pares, crescendo apenas 17%, com receita anualizada de US$ 123 bilhões.

Crescimento de receita dos hyperscalers no 2º trimestre

2. Ações de networking se destacaram

Empresas de networking como Arista Networks, Astera Labs e Credo reportaram resultados muito acima das expectativas.

Havia bastante ceticismo antes dos balanços, mas o ponto que muitos investidores não perceberam é que, embora a Nvidia esteja expandindo agressivamente seu negócio de networking, o tamanho do mercado está crescendo ainda mais rápido.

As oportunidades não estão apenas no “scale-up”, mas também no “scale-out”, que não é hoje um foco relevante da Nvidia.

Aproveitamos a correção para ampliar posição nesses nomes, que ofereceram uma relação risco-retorno atrativa.

Networking para data centers de IA

3. Data centers físicos liderarão próximo ciclo de crescimento

Se olharmos o quadro geral, as maiores revisões positivas neste trimestre vieram de empresas ligadas à cadeia de valor dos data centers físicos.

A GE Vernova, fornecedora de turbinas a gás, é um exemplo claro. As encomendas da divisão Power subiram 44% organicamente no segundo trimestre, com relação book-to-bill de 1,49x.

O receio de tarifas no primeiro semestre criou um ponto de entrada sólido para ações de equipamentos e geração de energia, já que essas companhias se beneficiam do movimento de reindustrialização.

 Carteira de pedidos de equipamentos da GE Vernova

4. Software se torna o novo campo de batalha

A inteligência artificial está transformando modelos de negócios no setor de software, adicionando uma nova camada de risco para muitas empresas. Antes, companhias de Software (SaaS) tendiam a negociar juntas. Agora, a IA está quebrando esse padrão e introduzindo mais incerteza.

Empresas que evoluíram de soluções pontuais para plataformas, como Palantir e Cloudflare, seguem entregando bons resultados. Essas plataformas são fundamentais para negócios que buscam aplicar e construir soluções em IA.

Por outro lado, companhias como Datadog, Confluent, Gitlab (GTLB) e Salesforce não conseguiram escalar seus produtos baseados em IA no ritmo que o mercado esperava.

Diante do aumento dos riscos, reduzimos ou encerramos diversas dessas posições e seguimos acompanhando de perto como cada empresa vai se posicionar para vencer — ou perder — na nova era da IA. Desempenho relativo de empresas selecionadas de software

5. Demanda industrial pode surpreender em 2026

Enquanto a infraestrutura de data centers vive um boom, a demanda industrial geral segue fraca.

Mercados finais como automóveis, habitação e até automação estão em retração. Em ciclos anteriores, isso seria incomum: tradicionalmente, setores “iniciais de ciclo” como autos e construção lideravam a retomada. Mas com juros acima de 4% nos Treasuries de 10 anos, essa saída se tornou difícil.

Empresas como ON Semiconductor, Power Integrations e Coherent frustraram expectativas, revisando projeções de demanda industrial para baixo, cada qual por motivos distintos.

Olhando adiante para 2026, com possível redução dos juros e múltiplos projetos de reindustrialização em andamento, este pode ser um setor que surpreenda positivamente e, por isso, permanece no nosso radar.

Workshop Análise SWOT

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