Garanta 40% de desconto
🚨 Mercados voláteis? Descubra joias escondidas para lucros extraordinários
Descubra ações agora mesmo

A Alemanha, o CAGED e o IGP-M

Publicado 31.10.2023, 20:03
Atualizado 03.11.2023, 12:31

A Destatis (Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha) divulgou hoje o CPI (Consumers Price Index) e o PIB (Produto Interno Bruto). O resultado foi significantemente melhor do que o esperado e precificado pelo mercado. Em fevereiro deste ano, a inflação na Alemanha chegou a ultrapassar os 8% a.a, enquanto o núcleo da inflação era de 5,80% a.a, um reflexo das dinâmicas da economia da Zona do Euro, que passavam, e ainda passam por um momento de estagflação. Em 2022, o mundo todo viu um aumento insustentável da inflação, principalmente pelo preço do barril de petróleo por consequência de conflitos internacionais e movimentos geopolíticos de embargos e acordos comerciais baseados não no pragmatismo, mas em interesses geopolíticos. A Alemanha, por meio do ECB, que define as políticas monetárias na Zona do Euro, passou por um período de diminuição da inflação acentuada, mas não passou incólume, os dados do PIB do terceiro trimestre indica que a atividade econômica no país teve uma retração, com o PIB retraindo 0,3% no trimestre, menos do que o esperado, que era uma retração de 0,7%.

Com os preços das commodities energéticas diminuindo em comparação ao ano passado (o Brent, por exemplo, mesmo com os conflitos no Oriente Médio, após a euforia inicial que fez seu preço subir 11%, agora se encontra em US$ 86,56, 3% mais alto do que no dia anterior ao ataque do Hamas; já o NGL, gás natural, que após o conflito na Ucrânia se iniciar, teve uma alta de 700% desde março de 2020 até seu pico, em março de 2022, e agora se encontra em um patamar 50% mais baixo que em seu pico), a tendência da Alemanha é continuar dando sinais cada vez mais intensos de um processo desinflacionário, com uma diminuição da atividade econômica, concomitantemente, para conter a demanda agregada e não acelerar novamente o processo inflacionário, o ECB deverá manter a política monetária apertada, com as suas taxas de juros historicamente altas (tanto a interbancária, a de reservas bancárias e a de redesconto), como já foi dito no na análise do dia da reunião do ECB em Atenas. Porém, na minha opinião, apesar de não enxergar um crescimento na atividade na Zona do Euro nem esse ano nem em 2024, acredito que o pior já passou, as taxas de juros não devem ficar mais apertadas do que já estão. É claro que conflitos internacionais e crises em outros países podem causar um "efeito dominó" e deprimir ainda mais a situação econômica na Alemanha e na Zona do Euro, principalmente eventos que causem choques de oferta em ativos estratégicos, como o petróleo, ou até mesmo problemas estruturais da economia alemã, mas acho que esse não é o caso.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou a edição de outubro do IGP-M. Relembrando aqui, o IGP-M é composto por outros três índices, 60% dele é composto pelo IPA (Índice ao Produtor Amplo), que mede a inflação para o produtor, 30% pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que mede a inflação para o consumidor e 10% pelo INCC (Índice Nacional da Construção). Portanto, a análise do IGP-M, além do índice cheio, deve ser feita setorialmente para compreender todas as matizes da economia brasileira, pois, como o índice é composto de 60% pelo IPA, a inflação ao produtor impactará mais a leitura do dado cheio do IGP-M. Com os prolegômenos devidamente estabelecidos, o IGP-M, na leitura de outubro, acelerou 0,50%. Em agosto, o índice tinha subido 0,37%. Com esse desempenho, o índice acumula uma deflação de 4,46% no ano e outra deflação de 4,57% nos últimos 12 meses, todos esses benchmarks comparados anualmente. Essa deflação que vimos na base anual é explicada principalmente pela inflação de mais de 12% que experimentamos ano passado. Porém diferentemente de outros países, que só agora estão passando pelo ciclo de aperto monetário para conter a inflação, tivemos uma política monetária contracionista desde o início da pandemia, com a taxa interbancária partindo de 2% para 13,75% em menos de um ano. Portanto, podemos ver um aumento na inflação cheia nos próximos meses, mas muito se deve ao "efeito base", que pode atrapalhar nossa interpretação quando olhamos os dados em bases anuais, com isso, devemos nos atentar principalmente às leituras mensais para enxergar fenômenos de curto prazos mais delicadamente.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

O Índice IPA, que mede a inflação na ponta do produtor, teve um aumento de 0,6% em outubro, uma aceleração de 0,41% em setembro. O aumento no preço de commodities importantes, como bovinos, que em termos anuais aumentou de -10,11% para 6,97%, o açúcar VHP, que passou de -2,7% para 12,88% e o minério de ferro, que desde agosto se valorizou 18% (o minério de ferro foi o maior "vilão na leitura de setembro do IGP-M). Esses movimentos são previstos pelo mercado, uma vez que a demanda asiática, se encontrava reprimida desde o início do ano por conta de problemas econômicos estruturais, com a China passando pela "armadilha de deflação", com poucos meios de estimular a sua demanda interna, e ao mesmo tempo passando por uma crise imobiliária gigantesca. Outros fatores foram os regulatórios, com a pecuária brasileira sofrendo algumas sanções sanitárias devido a patógenos encontrados em bois para o abate, porcos e frangos. Com os estímulos promovidos pelo BoC (Bank of China), tanto no mercado creditício, quanto no mercado de capitais, a demanda parece estar respondendo, e como essa deflação que experienciamos se dava pela grande quantidade de carne no mercado interno (pois não haviam exportações suficientes), os preços caíram em 2022 e devem subir em 2023. Os Bens Finais tiveram uma aceleração de 0,06% em outubro, após uma aceleração de 0,03% em setembro. Os alimentos processados passaram de -0,74% em setembro para 0,49% em outubro, se destacando no seu subgrupo. Os Bens Intermediários, que em setembro subiram 1,5% em setembro, por conta do movimento da gasolina e lubrificantes, subiu 0,69% em outubro. O Núcleo dos Bens Intermediários, que exclui componentes voláteis como a gasolina, subiu 0,38% em outubro. Nas matérias-primas brutas, tivemos um aumento nos bovinos, cana-de-açúcar e milho em grãos, que foram compensados pela queda na soja em grão e na mandioca. O IPC, que mede a inflação para o consumidor, aumentou 0,27% em setembro e em outubro. Em termos de influência, podemos categorizar os seguintes aumentos mensais: Educação, Leitura e Recreação ( -0,1% para 2,99%), Saúde e cuidados pessoais (-0,11% para 0,21%), Alimentação (-0,6% para 0,39), Vestuário (-0,08% para 0,15%). Ainda vale destacar o comportamento das seguintes categorias: Passagens aéreas (-1,29% para 19,7%), alimentos para animais domésticos (-0,49% para 0,24%) e Artigos de higiene pessoal (-1,31% para 0,09%). Por outro lado, transportes e habitação representaram uma redução significativa. O INCC variou 0,2%, representando um ligeiro aumento para setembro, que foi de 0,24%.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Ainda no Brasil, tivemos o CAGED, que mede a atividade do mercado de trabalho. As admissões alcançaram 1.917.057 de trabalhadores, as demissões foram de 1.705.293. O saldo de contratações líquidas (contratações - demissões) foi de 211.769, o melhor resultado desde fevereiro deste ano. O mercado precificou a contratação líquida de 208.000 trabalhadores.

Apesar dos dados positivos, o mercado fechou em queda de 0,68% hoje, além disso, o dólar também fechou em alta ante o real no Brasil, depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçar as dúvidas do mercado sobre a capacidade de o governo atingir um resultado primário zero em 2024 — algo que já havia impulsionado a moeda norte-americana na sexta-feira, após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Últimos comentários

Faltou ter informado que conforme divulgado pelo o globo, que conforme o governo federal, no primeiro quadrimestre de 2023, foram fechadas 736.977 empresas no Brasil... mas que fica uma pergunta... Será que fecharam mais de 1 milhão empresas até o fim de 2023, quantas serão até 2024...2025...2026 ? Ahhh e com relação a Alemanha...ÚE União Européia... não é aquela região que está pegando fogo pra todo lado e que ninguém fala nada ? nem a gretinha, nem o dicaprinho, nem os lacradores brasileiros que não observaram ou pararam de assistir a globinho, que a amazônia está pegando fogo...hipócritas..!!
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.