🔥Ações selecionadas por IA com InvestingPro Agora com até 50% de descontoGARANTA JÁ SUA OFERTA

A Anatomia de uma Quebra

Publicado 28.01.2015, 14:29
PBR
-

A explicação não oficial

Assunto do dia, Petrobras frustrou o mercado pela milésima vez, e apresentou dados operacionais não auditados e nenhuma baixa contábil relacionada ao esquema de corrupção.

Há uma série de desdobramentos relevantes aqui. Abordaremos um a um.

O primeiro deles é enfático.

Por que Petro não efetuou as baixas contábeis?

A explicação oficial é porque ela mesma não consegue mensurar, o que por si só já atende a um primeiro anseio: a questão é mais complexa do que o mercado - que esperava um dado conciso para ontem, e o comprou - julga imaginar. Portanto, o mercado ainda o subestima.

Ou, explicação não oficial, pois baixas contábeis são subjetivas, e ela provavelmente nem pode efetuar.


Explico...

Nas entrelinhas do demonstrativo, você encontra, em notas explicativas, algumas contas iniciais, como a consideração dos 3% de propina que a delação premiada de Paulo Roberto Costa indicou.

Ao citar isso, a companhia reconhece a existência de tal monta; que, por si só, geraria uma baixa de R$ 4 bilhões nos contratos que Petro considerou. Reforçando: esse valor somente com o pedágio do PRC.

Mas...

No próprio terceiro trimestre, Petrobras assumiu perdas de R$ 2,7 bilhões resultante da desistência dos projetos Premium I e II.

Petrobras está reavaliando os seus projetos. Com a nova realidade de preços do petróleo, há uma série de projetos na mira.

Agora, imagine quando vierem ajustes relacionados a Comperj, Pasadena ou da refinaria Abreu e Lima, cujo orçamento passou de US$ 2,4 bilhões previstos para atuais US$ 18,8 bilhões empregados.

Isso nos leva a crer que o buraco é bem mais fundo...

Interlocutores da empresa afirmaram à Bloomberg que a estimativa de baixas contábeis da reunião circulava em R$ 88 bilhões.

Uma baixa desse tamanho naturalmente teria um impacto tremendo sobre o valor patrimonial de uma empresa cujo valor de mercado atual é de R$ 128 bilhões.

Teria consequências desastrosas aos investidores que tomam o desconto das ações sobre o valor patrimonial como - talvez o único - argumento para considerar o preço dos papéis barato.

E arruinaria por completo os índices de alavancagem da estatal - veja, por exemplo, que a relação dívida líquida/patrimônio da empresa já está em 43%, acima do limite de até 35% do Plano de Negócios da estatal.

A grande questão é que esse processo é muito mais subjetivo do que parece. Não há uma conta exata e inequívoca para as baixas contábeis. Vai da metodologia e dos ativos que a empresa resolver por ela mesma ajustar.

Com prováveis desdobramentos como os citados, o que nos leva a crer ela efetuará imediatamente uma baixa contábil desta monta?

Mas é claro que há um custo nisso... Sempre há. No caso, é a ausência de parecer dos auditores.

Pausa importante

Nos últimos dias, as famosas “fontes relacionadas” com a empresa ou com o governo falaram à imprensa sobre baixas de menos de R$ 10 bilhões, R$ 10 bilhões, US$ 20 bilhões, agora R$ 88 bilhões...

Isso obviamente alimentou uma volatilidade tremenda das ações nos últimos dias. Ontem mesmo os papéis foram de forte desvalorização para motor da Bolsa diante de rumores disseminados.

Nada que surpreenda o histórico de Petro, vide o habitual vai-não-vai do discurso oficial sobre os reajustes no preço dos combustíveis, ou mesmo dos prováveis salvadores da pátria ilibados que ingressarão no Conselho da companhia.

Dada a recorrência desses ruídos de falha de comunicação com o mercado, e enorme impacto sobre o preço das ações, haveria de se ter maior investigação dos órgãos reguladores.

Quem está ganhando com essas informações desencontradas?

A anatomia de uma quebra

Voltando à baixa contábil...

Petro lucrou R$ 3,08 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, mas, isso, sem reconhecer nenhuma baixa contábil. Parece ter aprendido com o governo, seu principal acionista, como ter um “superávit” desconsiderando todas as contas que lhe imporiam déficit.

A propósito, quem barrou a divulgação das baixas pela empresa?

Para quem achava que o Guido está sumido...

Com um impacto de R$ 88 bilhões, esse “lucro” seria outro.

Mais do que isso, se por um acaso a Petro reconhece uma baixa de R$ 88 bilhões, a empresa entregaria lucros dos últimos três anos de operação em uma tacada só.

Alguma semelhança com “The Anatomy of a Blow-Up” , o peru de ação de graças de Nassim Taleb???

Gráfico

Convite: seu patrimônio em outro patamar

Tenho recebido diversos emails sobre o Legado Empiricus, projeto capitaneado pelo Felipe Miranda no qual participarei.

Recomendo fortemente que o leitor do M5M se cadastre neste link para receber as informações sobre o projeto. O cadastro é gratuito, e você receberá informações valiosas sobre um projeto realmente grande.

Por ora, posso afirmar que estamos dedicados de corpo e alma a fazer algo extremamente relevante para os participantes, algo para mudar o seu patrimônio de forma definitiva e irreversível.

Dentre as surpresas (apenas uma), estamos trazendo Nassim Taleb, esse mesmo, dos Cisnes Negros, do peru de Ação de Graças, da Antifragilidade (...) para o Brasil exclusivamente para este projeto.

Para saber mais detalhes, basta se cadastrar gratuitamente aqui

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.