Para a Bolsa ficar mais barata
Ontem comentei com o pessoal do PRO sobre o dilema de Tombini, que resolveu queimar as reservas brasileiras em um esforço (em vão) para tentar segurar o dólar. Ele, que parece não conhecer o mito do Sísifo.
Talvez não tenha percebido que a fuga de capitais também se dá por conta dessa segurada artificial do dólar. O que adianta o gringo investir em uma ação brasileira, se o que ele poderia ganhar com ela perde com a variação do câmbio?
A Bolsa brasileira cai 6,5% em 2013, mas, em dólares, cai cerca de 8%.
Uma forma mais inteligente do governo atrair/não afastar capital estrangeiro seria portanto deixar o câmbio flutuante de fato livre para flutuar. Um dólar mais apreciado, além de inevitável e amigável às reservas, tornaria a Bolsa brasileira mais barata na perspectiva do gringo.
O que realmente importa (dividendos!)
Como tudo depende da perspectiva, você pode achar os resultados de quarto trimestre da Grendene bons ou ruins.
As ações caem, os números mostraram que as margens da empresa estão sob pressão, mas ainda assim a companhia anunciou a distribuição de R$ 300 milhões em dividendos, o que dá um belo retorno (de mais de 6%) via proventos.
Independentemente de um resultado bom ou ruim, é justamente isso que procuramos para a série das Vacas Leiteiras da Bolsa. Companhias redondas, com fluxo de dividendos forte e crescente, sequinhas o bastante para sustentar níveis de payout elevados mesmo nos momentos de menor volúpia.
PS: Na semana passada apresentados a nova carteira das vacas leiteiras. Quem assinar a série hoje leva o relatório de Grendene e, de quebra, tem acesso à carteira completa.
A triste constatação de dezembro
O IBC-Br, famoso como a prévia do PIB, indicou um crescimento de 2,35% da economia brasileira no ano passado, na série sem ajuste sazonal.
Apesar de crescermos no ano passado, a novidade aqui é o dado de dezembro, que registrou retração de 1,35%, inferior inclusive às já contidas estimativas de consenso, que circulavam em torno de queda de 1,2% do indicador.
Uau, conseguimos crescer em 2013!
Ou,
#@!%, que raios de resultado?
Como é tudo uma questão de ponto de vista, deixo a conclusão ao seu critério.
Na minha opinião, só não foi pior do que o timing de quem vendeu ALL (ALLL3). Como diria Guimarães Rosa, pão ou pães é questão de opiniães.
Prévia da Copa?
Ninguém aposta muito do Brasil, mas as perspectivas para a Alemanha estão infladas. Pudera, quem segura um meio de campo com Schweinsteiger, Muller e Merkel?
Mas eis que, no final das contas, ambos frustraram, e quem surpreendeu foi a França.
No PIB acima do esperado reportado pela zona do Euro, o grande destaque ficou com o crescimento de 0,8% da tchurminha do Deschamps.
Poxa, de novo a França?!
Ainda bem que o IBC-Br é uma prévia rasa, suscetível a revisões. E ainda bem que a economia não é a Copa. Ainda bem?
A Copa na Bolsa
Essa tarde tenho uma entrevista marcada sobre os impactos da Copa na economia. O bom e velho clichê, inegavelmente um evento relevante.
O pessoal ainda busca os grandes candidatos para surfar a onda da Copa na Bolsa. Essa é a grande questão.
Desculpe jogar água no chope, mas minhas perspectivas não são das melhores. Penso que o efeito líquido, em se tratando de Bolsa, é mais negativo do que positivo. Em contrapartida aos grandes investimentos em infraestrutura (?), teremos uma escassez de dias úteis impactando produção e vendas.
Estou curioso com o impacto líquido às empresas aéreas ou redes de hospedagem, por exemplo. Haverá uma demanda grande de turistas, mas o que ninguém coloca na conta é a potencial secagem do fluxo corporativo neste período.
Direto ao ponto
O presidente da Cielo (CIEL3), por exemplo, afirmou recentemente estar com o pé atrás em relação ao período.
Já a Log-In (LOGN3) vê os dois lados da moeda, com seu fluxo historicamente correlacionado ao desempenho de indústria (que vai parar), mas por outro lado tem eletrônicos e bebidas como dois produtos fortes de sua balança de cabotagem.
A Copa das Confederações não trouxe grande inspiração para os resultados da Localiza (RENT3). Mas parece ter dado um impulso nas vendas do Minerva (BEEF3).
Certeza mesmo, a de sempre...
Dalhe AmBev (ABEV3)!
Mas fosse apostar em alguém para a Copa, pensaria fora da caixa.
Apostaria no Adriano, por exemplo, que está sequinho. Todo mundo merece uma vigésima-nona chance
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