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A Diluição Gigantesca (e a Vale, Cairá no Fato?)

Publicado 06.11.2013, 22:01
Lembra do rali do lixo?

Precisamos ser justos. Passamos um bom tempo falando sobre o rali do fluxo, das empresas de qualidade duvidosa. Hoje o Ibovespa tem ameaçado o patamar de 53 mil pontos. Parece que ele (e o dólar) começa(m) a se lembrar da questão de retirada dos estímulos nos EUA. Na ponta negativa do Ibov, temos MMXM3, MRFG3, PDGR3, BTOW3, ELET3, RSID3... Dias de Pelé, dias de Macalé.

É nessas horas que você vê qual ação é realmente boa. Ok, Gafisa (GFSA3) trouxe um resultado bom. Do mais, as poucas ações do Ibovespa que sobem são as da Vale (VALE5, VALE3 e indiretamente BRAP4), BRF (BRFS3), AmBev (AMBV4) e Braskem (BRKM5).

A diluição gigante


As ações da OGX já estão fora do Ibovespa, negociadas na casa de R$ 0,16. Temos que ser justos também aqui: neste ponto, podemos afirmar que as recomendações do M5M foram bem sucedidas. Além do ganho com a estratégia via opções, a ideia de “recuperação judicial iminente”, “baixa visibilidade do processo de reestruturação” (face a rumores de resgate/aporte), “conversão de dívida em ações” e “diluição extrema da base de acionistas” mostrou-se bem acertada.

O racional para Lupatech não é muito diferente. Enquanto segue aguardando a materialização do rumor de resgate da Vinci (junto com a OGX), a companhia preferiu apresentar um plano de reestruturação. Diferente da OGX, Lupatech tem o grande detentor de ações também como o grande detentor de dívida (BNDESPar), o que permite uma recuperação extra-judicial. Mas, assim como ela, carrega baixíssima visibilidade quanto aos termos da reestruturação e um cenário - inevitável - de diluição gigantesca da base atual de acionistas.

A proposta é trocar 85% da dívida de R$ 383 milhões com detentores de bônus por novas ações, ao valor de R$ 0,25 cada. Considerando a conversão desta dívida ao valor de face (sem “haircut”), teríamos portanto a emissão de 1,3 bilhão novas ações. Para ter ideia, hoje o total de ações da empresa é de 157,6 milhões. Traduzindo, neste cenário o acionista atual teria 10% da nova empresa. Diluição à parte, hoje os acionistas tiram o dia para comemorar o que pode ser a sobrevivência.

Isso é que o eu chamo de previsibilidade


Faltando pouco mais de um mês para acabar o ano, Comgás (CGAS5) revisou suas estimativas para o número total de clientes e quilômetros de rede adicionados. Se está difícil para a Comgás, reconhecida em Bolsa justamente como uma história de previsibilidade de resultados, imagina para a classe média...

Se muitas vezes as projeções do mercado para o resultado de um trimestre passam longe, qual o grau de acurácia que você atribui a um preço-alvo calculado com base em modelo de fluxo de caixa descontado que projeta uma infinidade de variáveis para uma empresa a perder de vista (geralmente, mais de 5 anos à frente)? Menos mal que, no caso da Comgás, as estimativas para volume total e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda) foram mantidas iguais às da primeira revisão.

Mais um grande absurdo de projeções


Vejamos o caso da ALL (ALLL3)...

A companhia soltou seus resultados ontem. Fez R$ 1,48 bilhão em ebitda de janeiro a setembro. Quem entrar no site de relações com investidores de ALL, mais especificamente na área de “estimativas de lucro”, verá que a projeção média de 12 grandes instituições é de R$ 1,59 bilhão de ebitda para 2013.

Quer dizer que ALL fez em nove meses 93% do que os analistas projetam para o ano inteiro. Para atingir a estimativa de consenso, bastaria para ALL registrar no quarto trimestre um ebitda 65% menor do que ele reportou no quarto trimestre do ano passado. Ou seja, faltando pouco mais de um mês para terminar o ano, a projeção média dessas doze instituições está completamente defasada. Assim como a recomendação: das doze, apenas duas recomendam a compra das ações.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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