Embolia visual
Além de exportar carne, a comitiva brasileira aos EUA tinha uma missão mais vegetativa: garantir que sejamos tratados como um destino minimamente sério para o capital gringo.
Por enquanto, estamos mantendo a seriedade graças a um bom par de óculos.
Sujeitos famosos em Wall Street como Bill Rhodes (Citigroup), Tim Geithner (ex-Tesouro dos EUA) e Larry Fink (Blackrock) reservaram um espaço na agenda para ouvir Joaquim Levy.
Eles querem mesmo é saber se o Brasil não vai piorar, convergindo para um Brexit.
A aversão a perdas é humanamente maior do que qualquer propensão a ganhos.
Correção de retina
De volta à terrinha, o ministro da Fazenda trabalhará numa versão do "Focus Fiscal”.
O objetivo é reunir estimativas de mercado para as principais variáveis de equilíbrio das contas públicas - como arrecadação, custeio e investimentos.
Com o Focus Fiscal em mãos desde o início do ano, o Governo dificilmente teria fixado a meta irreal de superávit primário de 1,1% do PIB.
Parte desse Governo ainda se acha capaz de autodefinir metas, pois pensa ter a faca e o queijo na mão.
No entanto, os mercados (mesmo com suas miopias sistemáticas) enxergam melhor que o Estado em 90% dos casos.
Índice de refração
Os outros 10% em graus de nitidez deveriam pertencer ao Bacen, cuja imagem continua ofuscada.
Novos pares de óculos tentam desviar o foco da pressão por um Tombexit.
Tony Volpon, diretor do BC, trabalha para restaurar o moral da instituição. Descartou, por exemplo, o risco de uma virada radical na política monetária, como ocorreu em 2011.
"O amplo leque de cenários prováveis não nos levaria a mudanças na estratégia de política monetária”.
Mas a estratégia de controle da inflação não é a única a cargo de um Banco Central.
O que acontecerá com a Selic no caso de um choque externo?
Ou dispara de modo a evitar fuga de capitais, ou derrete para amenizar a recessão.
Creio eu na primeira alternativa.
E viva o Referenciado DI.
WYSIATI
Falando em choques externos, vejo à minha frente um contexto no mínimo curioso, pois desconhecido da “nova geração".
Há sete anos, investidores gringos se acostumam a obter ganhos fáceis com fundos mútuos, hedge funds, ETFs e correlatos.
Ao contrário dos bancos, esses veículos de investimento não são obrigados a manter reservas de segurança, nem mesmo posições mínimas de caixa.
Se disparado um gatilho sistêmico de venda, as posições nesses veículos - últimos redutos de liquidez no mercado atual - serão desovadas sem que os Bancos Centrais possam fazer algo a respeito.
O que acontece quando uma multidão de pessoas tenta passar, simultaneamente, por uma porta estreita?
Black bird, o que se vê?
Quando os últimos sete anos formam um par de óculos que não nos serve mais, carecemos de novas lentes.
Assumimos assim o seguinte compromisso: ao aderir à série de Ações para ficar Milionário, você terá também indicações em primeira mão sobre TODAS as próximas ofertas de ações da Bolsa brasileira.
Não é cousa pouca, pois certos IPOs resultam em lucros espetaculares, tanto no pregão de estreia quanto a longo prazo.
Sabe quanto as ações de Ambev (SA:ABEV3) subiram desde seu quase esquecido IPO?
+3.742.174.695.432%
Estamos ansiosos para saber quem será a próxima Ambev.