Após uma notável corrida nos últimos meses, as ações da gigante do streaming de vídeo Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) estão agora mostrando fraqueza, ao ficar atrás de outras empresas de tecnologia no atual ambiente de aversão ao risco.
A empresa de entretenimento sediada em Los Gatos, Califórnia, viu seus papéis caírem mais de 12% no último mês, praticamente o dobro da queda registrada pela Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) e Meta Platforms (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), por exemplo. Desde que tocou a máxima recorde de US$700,99 em 17 de novembro, a ação, que fechou o pregão de segunda-feira cotada a US$593,74, já se desvalorizou cerca de 15%.
A derrapada de fim de ano coincide com o menor apetite dos investidores por nomes de tecnologia de alto crescimento, à medida que o Federal Reserve começa a retirar seus estímulos monetários e demonstra a intenção de elevar os juros já no próximo ano.
Essa fraqueza, que pode se prolongar em 2022, oferece um bom ponto de entrada, em nossa visão, para investidores interessados em comprar a melhor ação disponível no mercado de streaming, a um preço mais barato. O que respalda nosso otimismo são as claras evidências de que a Netflix está se saindo melhor do que outras grandes empresas de mídia na atual “guerra do streaming”.
Apesar da atual liquidação, a capitalização da Netflix é praticamente a mesma da centenária Walt Disney Company (NYSE:DIS) (SA:DISB34). A Casa do Mickey Mouse, que é considerada a maior rival da NFLX e detém um enorme império de entretenimento, com parques temáticos, linhas de cruzeiro e seu recém-lançado serviço Disney+, tem uma capitalização de mercado de US$264 bilhões, depois que suas ações se desvalorizaram 20% neste ano, contra um valuation de US$263B da Netfix.
Clara liderança em diversas métricas
O que dá à Netflix uma clara liderança sobre outros serviços de streaming é a crescente grade de conteúdos originais da empresa. A Netflix deve gastar cerca de US$17 bilhões em conteúdo original neste ano, um salto de 40% em relação ao ano passado.
Mesmo aumentando muito sua oferta de conteúdos originais, a empresa conseguiu expandir suas margens operacionais. As margens cresceram de 7,2%, em 2017, para 18,3% em 2020. Em seu terceiro trimestre encerrado em setembro, suas margens novamente melhoraram em cerca de 23%.
A expansão das margens da companhia e sua entrada em novos mercados, como videogames, são alguns fatores que mantêm os analistas otimistas com as ações da NFLX. Entre 44 analistas pesquisados pelo Investing.com, a maioria classifica a Netflix como “acima da média”.
Gráfico: Investing.com
As estimativas médias de consenso indicam um potencial de alta de 14% para a ação a partir do preço atual.
Doug Anmuth, analista do JPMorgan, cujo preço-alvo é de US$750 para a Netflix, enxerga mais potencial de alta para a ação, à medida que a companhia amplia seu alcance global. Sua nota disse o seguinte:
“Continuamos otimistas com as ações, em vista da persistente força da grade de conteúdos no 4º tri, maior distanciamento da pandemia, melhora na sazonalidade e potencial de maior tração na região Ásia-Pacífico, onde a NFLX tem baixa penetração.”
O Morgan Stanley (NYSE:MS), que reiterou sua classificação de “acima da média” para a gigante do streaming, disse em nota recente:
“Nossa classificação para a NFLX baseia-se em nossa visão de que a empresa dará escala global aos seus negócios de streaming altamente rentáveis. Essa tese manifesta-se em uma expectativa de crescimento anual composto de 30% no LPA durante o período fiscal de 2021-2025 e um crescimento ainda mais rápido em câmbio internacional".
A Netflix adicionou 4,4 milhões de assinantes globais em seu terceiro trimestre e espera adicionar 8,5 milhões a mais nos três meses que se encerram em dezembro. A companhia tem, no total, 214 milhões de assinantes em todo o mundo.
Outro fator positivo que os investidores de longo prazo devem levar em consideração é que a Netflix não precisa mais se endividar para crescer. Após anos de alavancagem para financiar suas produções, a Netflix disse que não precisa mais de financiamento externo para dar suporte às suas operações diárias. A companhia planeja reduzir sua dívida e recomprará até US$5 bilhões de ações.
Conclusão
A Netflix saiu muito mais forte do ambiente extraordinário visto no último ano, solidificando sua posição de caixa e mercado. Esses fatores, além da sua grade superior de conteúdos, faz com que a ação seja uma boa compra durante – e até mesmo depois – do seu atual ciclo de baixa.