Os preços do açúcar cristal registraram pequenas altas na maior parte da última semana no mercado spot do estado de São Paulo. Segundo colaboradores do Cepea, agentes de algumas usinas estiveram firmes e/ou elevando os valores de suas ofertas, em meio a um cenário de baixo estoque de açúcar na região Centro-Sul. A demanda, quando comparada à das semanas anteriores, também esteve um pouco mais aquecida, dando suporte às cotações. De 7 a 11 de março, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do cristal, cor Icumsa de 130 a 180, estado de São Paulo, foi de R$ 135,79/saca de 50 kg, avanço de 1,52% em relação à da semana anterior (de R$ 133,76/sc).
ETANOL: COM ALTA DA GASOLINA, INDICADOR DO HIDRATADO SOBE MAIS DE 8%
Pesquisadores do Cepea indicam que, após o anúncio do aumento do preço da gasolina nas refinarias por parte da Petrobras (SA:PETR4) na semana passada, as altas dos valores do etanol no segmento produtor se intensificaram tanto em São Paulo quanto nas demais regiões do Centro-Sul acompanhadas pelo Cepea. Diante do anúncio, a valorização do etanol hidratado era esperada por agentes do setor, tendo em vista que esse combustível é substituto da gasolina nas bombas. No caso do anidro, há tendência de preço similar à do hidratado, sendo produtos alternativos nas unidades produtoras. Assim, entre 7 e 11 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal do hidratado fechou a R$ 3,1606/litro, forte alta de 8,2% frente ao período anterior – trata-se da terceira maior elevação da temporada 2021/22. No caso do anidro, houve valorização de 3,83%, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando em R$ 3,3452/litro.
TRIGO: COTAÇÕES RECUAM NO EXTERIOR, MAS SOBEM COM FORÇA NO BR
Apesar das preocupações com o fornecimento mundial de trigo por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, as cotações internacionais do cereal recuaram na última semana, após as expressivas altas nas semanas anteriores. Além da realização de lucros, as quedas externas estiveram atreladas ao relatório de oferta e demanda divulgado pelo USDA, que apontou ligeiras reduções no consumo e aumento dos estoques de passagens. Em contrapartida, no Brasil, os valores avançaram de forma expressiva, devido a preocupações quanto à disponibilidade do cereal no País e ao volume cada vez maior das exportações dessa commodity. As cotações dos derivados também subiram com força na última semana, influenciadas pela valorização da matéria-prima e pelas incertezas relacionadas ao futuro do mercado. Entretanto, colaboradores do Cepea afirmaram que essas altas prejudicaram a liquidez das negociações.
CENOURA: PREÇO DA CENOURA BATE NOVO RECORDE
Os preços da cenoura subiram novamente em São Gotardo (MG) nos últimos dias, renovando a máxima real da série histórica do Hortifruti/Cepea, iniciada em 2008. Entre 7 e 11 de março, a caixa de 29 kg da “suja” foi comercializada a R$ 140,00, em média, novo recorde real da série e aumento de significativos 17,9% frente à semana anterior. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, as cotações têm sido impulsionadas pela baixa oferta da raiz em todo o País, reflexo das condições climáticas desfavoráveis, com chuvas em excesso favorecendo a incidência de nematoides e mela. Mesmo assim, as cenouras disponíveis têm sido comercializadas. Alguns dos produtores consultados pelo Hortifruti/Cepea estão plantando a variedade de inverno antes do tempo (a atividade geralmente ocorre em abril), na tentativa de atenuar os problemas com nematoides, alegando que as variedades de inverno são mais resistentes. A maioria dos produtores consultados, inclusive, demonstrou intenção de aumentar as áreas de plantio. Para as próximas semanas, os preços devem se sustentar ou até mesmo seguir em elevação, caso as previsões de chuvas se confirmem, o que pode dificultar a colheita e limitar a oferta.