Vem conosco!
Uma de minhas obsessões pessoais sempre foi dar meu melhor para ver as coisas como elas efetivamente são, sem enfeites. Mais do que por qualquer apreço estético pela crueza da realidade, que frequentemente insiste em ser um tanto indigesta, minha postura se pauta pela constatação de que este é o mundo que temos, logo devemos nos empenhar o máximo em de fato conhecê-lo.
Admiro os mestres na arte de mostrar a vida como ela é. Com safras cada vez mais fracas — mal assisto TV e ler os jornais está se tornando um martírio cada vez pior —, Goulart de Andrade fará uma falta descomunal. Sua coragem quase atrevida é virtude em extinção em um mundo cada vez mais cheio de nove horas para falar que o que é, é.
A mesma postura dele, aliás, é o que buscamos a cada dia por aqui: damos nosso melhor para retratar o que vemos, exatamente como vemos. Isso implica, por vezes, em desagradar: verdades não têm o compromisso de serem convenientes. Não tem problema, pois nosso papel é um só: compartilhar nossas convicções para ajudar você, cliente, a defender seu patrimônio. Se disso decorrer falar o que ninguém fala e mostrar o que ninguém mostra, estamos aqui para isso.
O que todos deveriam saber, preto no branco
A razão de existir da Empiricus é levar, ao maior número possível de pessoas, conhecimento e inteligência financeira de qualidade. O Felipe e o Rodolfo levam essa missão tão a sério que se dedicaram a escrever um livro para compartilhar as lições que entendem que todos os investidores, do iniciante ao sofisticado, deveriam saber.
Em Contra o Financismo — O método mais prático e eficiente para investir em ações, eles ensinam, de maneira direta e descomplicada, como pessoas comuns podem aproveitar oportunidades de multiplicação de patrimônio antes reservadas somente a investidores profissionais.
Eis que queremos tanto que esses ensinamentos cheguem ao maior número possível de pessoas que decidimos oferecer o livro gratuitamente: você dividirá conosco apenas o custo de envio.
Mas fique atento: a tiragem é limitada e certamente acabará logo. É fundamental que você reserve sua edição agora mesmo para não perder essa oportunidade.
Elas vão falar
Nos Estados Unidos, mercados sem direção, com expectativas acerca do discurso de Yellen na sexta se sobrepondo a indicadores econômicos abaixo do esperado. Na Europa, a despeito do triste evento na Itália, mercados operam majoritariamente no campo positivo. Mundo afora, diversos mercados emergentes experimentam retiradas de recursos ante o aumento da percepção para riscos específicos: na África do Sul, mudanças ministeriais; na Turquia, operações militares; na Coréia do Sul, tensões com o vizinho do norte.
Por aqui, leve queda em dia morno, na espera do juízo final de Dilma. Tucanos voltam a bradar com as sinalizações ambíguas de Temer e do PMDB. Em meio ao vai-e-vem palaciano, LDO aprovada: as manobras do governo interino podem ser incômodas, mas em alguma medida funcionam.
Em resumo, todos esperamos pelas declarações de Dilma e Yellen, ainda que com a sensação de que provavelmente não dirão nada de mais.
Yellen, pelo menos, fala coisa com coisa.
Que tempo bom… com 120 pra pagar
Lojas Renner (SA:LREN3) sofreu ontem, reagindo às declarações de seu CFO segundo quem as vendas de julho e agosto foram fracas, bem fracas. Motivos? Alterações na logística, ERP (sistema de gestão) bagunçando gestão do estoque e… frio. Espere à frente margens menores e dilatação no prazo de recebíveis.
A sigla ERP me dá calafrios: não conheço um único caso de empresa que implantou ou promoveu alguma atualização substancial em seu sistema (caso da Renner) e não viveu, em função disso, alguns meses de calvário. Já o frio… é fato arqui-sabido que a razão de ser da Meteorologia é conferir à Economia alguma credibilidade, mas não me levem a mal: faz parte do risco do negócio e, em se tratando de uma potência como Renner, usar isso como justificativa pega mal.
Renner já viveu tempos melhores, e a quase 7 vezes patrimônio e mais de 26 vezes lucros, saímos da loja de mãos abanando. Tem uma Hering (SA:HGTX3) pertinho, e HGTX3 negocia a módicos 10 vezes lucros e 2,3 vezes patrimônio.
Entenda: o operador não é seu amigo
Eu sei que é chato falar isso, mas me sinto na obrigação de ressaltar: se você opera através de agente autônomo, não perca de vista que a remuneração dele é a corretagem e as comissões que você gera — ganhando ou perdendo dinheiro nas operações.
Em outras palavras, ele tem todos os incentivos do mundo para instigar você a operar o máximo possível. E isso tende a não ser bom.
É precisamente por isso que a CVM proíbe que eles façam recomendações de investimento — provavelmente, uma das normas mais negligenciadas do mercado de capitais brasileiro...