Análise e Recomendação de ABEV3, SMLS3, GRND3 e GFSA3

Publicado 18.02.2019, 12:26

Ambev

Muita gente adora Ambev (SA:ABEV3), e eu sou um deles. Mas hoje não é bom negócio comprar ABEV3.

Não me leve a mal, a companhia continua ótima, mas pagar 14x Ebitda e 27x lucros para uma companhia que não cresce não é um bom negócio.

É como pagar 10 reais em uma latinha de Skol quente – nem no desespero.

O mercado não quer nem saber e puxa ABEV +20 por cento em 2019. Mas como reporta o Valor Econômico, o castelo de Ambev está sob ataque ferrenho neste carnaval com consumidores optando o consumo de cervejas especiais, que lideram o aumento das vendas no segmento.

Claro, Ambev já se provou mais do que capaz de se proteger contra a competição. Mas sua participação de mercado, que já foi de 70 por cento, é apetitosa demais para os concorrentes a deixarem curtir em paz.

Não seria improvável vermos nova perda de margens neste mercado.

Nós continuamos aguardando de fora. Se o mercado insiste em pagar caro em ABEV, não há problema. Somos pacientes.

Afinal, com mais crescimento e menos competição em diversas outras ações – além, é claro, de preço muito mais baixo - o investidor vai buscar folia em outras regiões.

Smiles

A Gol (GOLL4 (SA:GOLL4)) fechou o capital da Smiles (SA:SMLS3) dando a entender que o negócio é péssimo e não valeria nada.

Faltou combinar com os resultados da Smiles e com seu presidente - que está otimista com 2019.

A bolsa bloqueou os planos da Gol afirmando que os minoritários de Smiles perderiam voz ativa. Todos esperam nova proposta da Gol.

E a Smiles divulgou faturamento subindo +23 por cento, Ebitda +37 por cento e lucro +34 por cento no 4T18. Como vão explicar isso agora para a bolsa?

Smiles é barata a 6,5x Ebitda e 9x lucros, mas nada justifica se amarrar com um sócio desses. Muito cuidado com seu rico dinheirinho.

Continuamos observando como a governança faz TODA a diferença nos investimentos que fazemos.

Grendene

Nem a propaganda de nosso maravilhoso presidente (#mito) de calça de moletom, camisa do Palmeiras e Rider na foto com seus ministros foi suficiente para acelerar os resultados de Grendene (SA:GRND3).

Nunca na história desse país tivemos um presidente “tão à vontade” em evento oficial.

Grendene divulgou receita líquida crescendo +5 por cento, mas Ebitda -4 por cento e lucros +0,3 por cento – custos em alta impactaram as margens.

Com isso, Grendene não cumpre seu guidance (projeção) de crescimento de lucro líquido de 12 por cento ao ano – o enorme caixa fez lucro de 2018 foi menor que o de 2016.

Mas, a companhia continua com um caixa gigantesco e se nega a distribuí-lo em dividendos ou anunciar qualquer plano de utilizá-lo (#forçaGrendene).

E Grendene decidiu parar de fornecer guidance de resultados para o mercado. Será que o guidance seria negativo e não valeria a pena fazê-lo?

Com caixa demais e crescimento de menos ficamos de fora de GRND, que negocia a 10x Ebitda e 14x lucros.

Gafisa

A gestora GWI fazia a mesma coisa em meados de 2007, e funcionava. A diferença é que hoje todo o mercado já entendeu quem é o Kamikaze alavancado e, claro, se recusa a comprar as ações puxadas por ele.

GWI comprou mais de 50 por cento da Gafisa (SA:GFSA3) puxou as ações para cima com uma mistura de alavancagem e desespero (no fundo e na empresa) e foi obrigado pela bolsa a vomitar tudo no pregão de ontem.

Resultado: GFSA caindo -44 por cento no ano e perto de sua mínima histórica, negociando abaixo de 0,5x patrimônio – hum, interessante.

Mas as obras estão paradas, a gestão se foi, as divididas de acumulam e os novos donos terão trabalho para colocar ordem na casa. Estamos de fora, mas estamos de olho.

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