Em setembro, os preços do milho acumularam alta no mercado interno. Isso porque vendedores estiveram recuados, postergando as negociações do cereal, na espera de preços maiores nos próximos meses. Compradores, por sua vez, tiveram que ceder nas negociações para atrair novas efetivações, sustentado as cotações. O clima seco e quente de setembro, que atrasou o início dos trabalhos de campo da safra 2017/18, aliado às exportações elevadas, deu suporte à expectativa de preços maiores e ao recuo de produtores.
Os preços médios no mercado disponível (negociações entre empresas) e de balcão registraram altas de 10,1% e 12,3%, respectivamente. Porém, no acumulado do ano (janeiro a setembro), caíram 26,9% e 27,7%. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas/SP), subiu expressivos 10% em setembro, indo a R$ 30,04 no dia 29. A média mensal, de R$ 29,11/sc, está 9,2% acima da média de agosto/17, mas 30,6% abaixo da média de setembro/16. Na parcial deste ano (janeiro a setembro), o Indicador acumula queda de 19%.
Com o objetivo de apoiar a comercialização do milho na região Centro-Oeste do País, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou leilões ao longo do mês – foram duas edições nas modalidades PEP (Prêmio para Escoamento do Produto) e Pepro (Prêmio Equalizador pago ao Produtor), ofertando ao todo 1,04 milhão de toneladas (destas, houve demanda por cerca de 75,7% do volume).
No front externo, o ritmo de embarques do cereal brasileiro seguiu bastante aquecido. Segundo dados da Secex, o País exportou cerca de 5,91 milhões de t, o maior volume desde dezembro/15 e um recorde para um mês de setembro. No acumulado da temporada (fev/17 a set/17), as embarcações somam 15,26 milhões de t, cerca de 53% do volume de exportação estimado pela Conab para atual temporada.
CAMPO – O clima seco limitou o semeio do milho verão. Agricultores aguardaram as chuvas para seguir com a semeadura, principalmente no Sul do País, ou iniciá-la, como no caso de São Paulo. No Paraná, produtores semearam o total de 16% da área estadual alcançada até o dia 25, segundo a Seab/Deral. A qualidade das lavouras, no entanto, esteve abaixo do esperado, com apenas 52% em boas condições. A Secretaria estima que o estado produza 3,11 milhões de t nesta temporada, volume 37% menor que o do ano passado, mas em linha com a estimativa de agosto.
Nos Estados Unidos e Argentina, principais concorrentes do Brasil na exportação do cereal, o clima também restringiu os trabalhos no campo em setembro. Na Argentina, o excesso de chuvas atrasou a semeadura do milho. Segundo relatório da Bolsa de Cereales do dia 28, 9,5% dos 5,4 milhões de hectares estimados para a campanha 2017/18 foram semeados.
A colheita da safra 2017/18 dos Estados Unidos apresentou ritmo lento em setembro. De acordo com o relatório do NASS/USDA, cerca de 11% da área havia sido colhida até o dia 24, 6 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos. O clima mais quente, por outro lado, favoreceu a maturação do cereal, que alcançou 51% da área daquele país – ainda assim está 13 p.p. abaixo da média quinquenal. Na Bolsa de Chicago (CME Group), os contratos futuros de milho registraram queda, devido à entrada da safra. Os vencimentos Dez/17 e Mar/18 recuaram 0,7% em relação a agosto, indo a US$ 3,5525/bushel (US$ 139,85/t) e US$ 3,6775/bushel (US$ 144,77/t) no dia 29. Já na BM&FBovespa (SA:BVMF3), os contratos futuros do milho brasileiro registraram significativa alta, acompanhando a valorização do cereal no mercado físico. Os contratos Nov/17 e Jan/17 se elevaram 5,9% e 7,6%, respectivamente, a R$ 30,63/sc e R$ 32,54/sc no dia 29.
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