A Anima encerrou 2016 com uma base de alunos de 91 mil, refletindo um crescimento de 15% sobre 2015, mas se desconsiderados o número de alunos representados por novas aquisições de instituições de ensino ao longo do ano, a base seria de 72 mil, ou -9% sobre 2015.
No 4T16, a receita líquida foi de R$ 232 milhões, ou +21% sobre o mesmo trimestre de 2015. Se desconsideradas as aquisições, a receita líquida seria R$ 192 milhões, ou seja, +0,7% versus o mesmo período do ano passado, revertendo à tendência de queda vista nos três trimestres anteriores.
Esta evolução ao longo do ano se deu pela absorção gradual da base de alunos de graduação, revertendo aos poucos à queda observada neste segmento, com o fim do Pronatec e pelo incremento dos descontos praticados no período. No acumulado de 2016 a receita líquida de 2016 foi de R$ 911 milhões, +12,3% em relação a 2015.
A consolidação no ano passado contemplou os resultados das adquiridas Sociesc em fevereiro, UNA Bom Despacho em julho e Instituto Politécnico em outubro, que contribuíram para o aumento da receita líquida no ano em R$ 125 milhões.
Da mesma forma como destacamos anteriormente, desconsiderando estas aquisições, a receita líquida apresentaria uma queda de 3,1%. Isto pode ser explicado principalmente pela contração da base de alunos na Graduação (-7,5% contra 2015) e no Pronatec (- R$ 8 milhões).
Além disto, a instituição praticou uma política agressiva em descontos médios, principalmente devido a uma maior proporção de alunos com bolsas parciais de Prouni, dos descontos para antecipação de demanda no vestibular de meio de ano de 2016 e pela transferência do custo com agentes financeiros do FIES de 2% do governo para as IES.
Estes efeitos foram parcialmente minimizados pelo reajuste anual médio de mensalidades de 10% para repor a inflação, além de uma melhoria do mix de cursos. No 4T16 o Ebitda ajustado totalizou R$ 18 milhões, ou -29% em relação ao 4T15, com margem de 7%.
Tal resultado refletiu os efeitos de aquisições sobre custos e despesas operacionais. Excluindo os efeitos das aquisições, o Ebitda ajustado do 4T16 seria de R$ 19 milhões, ainda assim -25,3% sobre o 4T15 e com uma margem de 9,0%. Em 2016 o Ebitda ajustado totalizou R$ 154 milhões, ou -18,3% em relação ao saldo registrado em 2015 e com uma margem de 16%.
Com isto fica claro que as instituições adquiridas operam com margem inferior às da Anima e isto deverá ser normalizado ao longo do tempo. Decorrente destes fatores citados e com adição de despesas adicionais de reestruturação a Anima contabilizou prejuízo líquido de R$ 8 milhões no 4T16, contra lucro R$ 10 milhões no 4T15.
No acumulado de 2016, o lucro líquido atingiu R$ 66 milhões (margem de 6,9%), contra R$ 141 milhões em 2015.
Estrutura de Capital
Finalmente, apontamos a estrutura de capital da instituição, que apresentou ao final de 2016, um saldo de caixa líquido de R$ 298 milhões (R$ 151 milhões em 2015), o que indica uma relação dívida líquida/Ebitda de 1,9x, o que podemos apontar como favorável, mesmo com o aumento do endividamento registrado e que teve como fonte de origem o complemento de funding para as aquisições descritas anteriormente.
O resultado veio abaixo do esperado pelos investidores e analistas de investimento e pesou pontualmente no preço da ação.
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