Publicado originalmente em inglês em 25/06/2021
Depois de sofrer grande pressão de venda no início do ano, o Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) está ganhando força novamente. As ações do aplicativo de microblog dispararam mais de 25% no último mês, superando em muito os ganhos de outras redes sociais concorrentes, como Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34).
Seus papéis fecharam a quinta-feira cotados a US$68.25 e mais do que dobraram de valor nos últimos 12 meses. Durante esse período, as ações do Facebook se valorizaram 42%. Mas o que está fazendo os investidores de crescimento preferirem o Twitter a outras gigantes das redes sociais?
A empresa de São Francisco, Califórnia, recentemente revelou muitas iniciativas para impulsionar seu crescimento, como o tão aguardado serviço de assinatura para diversificar suas receitas em relação apenas à publicidade.
Chamado de Twitter Blue, o produto oferece acesso a ferramentas para “desfazer” publicações antes de se tornarem públicas, organizar tuítes marcados em pastas e ler com mais facilidade sequências de tuítes.
O serviço está agora disponível no Canadá e Austrália ao custo de US$3,49 e US$4,49 por mês respectivamente. A companhia não disse quando o Twitter Blue estará disponível nos EUA.
Além disso, o Twitter adquiriu recentemente a plataforma de newsletter Revue para permitir que criadores publiquem e monetizem newsletters.
“Super Follows”
Outro projeto de monetização no qual a empresa está trabalhando é um produto de assinatura mensal chamado Super Follows, que permitirá que os usuários cobrem seus seguidores por conteúdos exclusivos, como tuítes, newsletters ou acesso a conversas de áudio. A empresa ainda não implementou o novo recurso, mas está planejando oferecer três níveis de preço, US$2,99, US$4,99 e U$9,99 por mês.
Todos esses movimentos fazem parte da estratégia da companhia de dobrar sua receita até o fim de 2023 e aumentar sua base de usuários para 315 milhões de usuários ativos por dia em relação aos 200 milhões atuais.
O modelo de assinatura pode ajudar o Twitter a diversificar seus negócios, principalmente no momento em que o engajamento está diminuindo depois do impulso gerado pela pandemia. A empresa gera mais de 85% das suas receitas com publicidade, e o resto vem da sua unidade de licenciamento de dados.
Grandes hedge funds estão vendo valor nas ações do Twitter. O Elliott Investment Management adquiriu recentemente mais de US$200 milhões em ações do Twitter, após o balanço decepcionante da companhia no 1º tri, que provocou uma forte queda no papel. Os fundos de investimento da ARK, de Cathie Wood, também compraram 1,3 milhões de ações do Twitter para se aproveitar do seu salto após o relatório do 1º tri.
Apesar desse suporte dos hedge funds, a maioria dos analistas não vê muito espaço para altas no Twitter a partir de agora. Com base no preço-alvo médio definido por 27 analistas de Wall Street para o Twitter em 12 meses, a alta pode ser até US$68,04, de acordo com a TipRanks.com.
A principal razão por trás dessa cautela é a possível desaceleração no aumento do número de usuários após a disparada impulsionada pela pandemia. O Twitter espera que a receita do segundo trimestre fique na faixa de US$980 milhões a US$1,08 bilhão. A faixa intermediária de US$1,03 bilhão está abaixo das estimativas dos analistas de US$$1,06 bilhão.
Resumo
Alguns investidores estão botando fé no recente plano de crescimento da companhia e comprando suas ações. Analistas, por outro lado, não veem muito espaço para a alta no curto prazo em relação ao ponto atual, na medida em que a empresa entra em uma fase de desaceleração de crescimento após a pandemia aumentar o engajamento dos usuários.