Os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul subiram em julho, influenciados pela restrição vendedora e pelo maior interesse comprador, tanto para o mercado interno quanto para exportação. A média do Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi de R$ 84,17/saca de 50 kg em julho, 2,74% maior que a de junho e 10,23% superior à de jul/22, em termos nominais. No acumulado de julho (de 30 de junho a 31 de julho), o Indicador avançou 7,17%. As cotações subiram em todas as regiões gaúchas que compõem o Indicador, com variações mais intensas para as praças mais distantes do porto de Rio Grande. A maior disparidade entre as médias regionais e o Indicador vem chamando a atenção.
Considerando as médias regionais de julho deste ano em relação à média do Indicador, os preços da Zona Sul estão 2,74% maiores que o Indicador. Os valores na Planície Costeira Externa e na Planície Costeira Interna também estão acima (2,17% e 1,76%, respectivamente). Por outro lado, na Fronteira Oeste, as cotações estão 0,72% menores que o Indicador, assim como na Campanha (-2,21%) e na Depressão Central (-3,69%). Quanto aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, a média dos preços do produto com 59% a 62% de grãos inteiros avançou 2,31% de junho para julho, encerrando a R$ 84,27/sc. Para os grãos de 50% a 57% de inteiros, a média subiu 4,64%, a R$ 82,01/sc. Para o rendimento de 63% a 65% de grãos inteiros, a alta foi de 2,74% no mesmo período, a R$ 86,09/sc.
CUSTOS DE PRODUÇÃO – Segundo dados da equipe de custos agrícolas do Cepea, considerando-se a compra de todos os insumos e a venda do cereal em junho de 2023 (dados mais recentes), o custo total de produção em Uruguaiana (RS) foi de R$ 13.358,98/hectare e de R$ 13.350,10/hectare em Camaquã (RS). Em relação a junho do ano passado, o custo decresceu 18,7% em Uruguaiana e 13,92% em Camaquã. Também conforme dados do Cepea, o produtor de Camaquã necessitaria produzir 159,01 sacas por hectare para cobrir os custos totais e, em Uruguaiana, 167,44 sacas por hectare (considerando-se produtividades de 166,3/sc/ha em Camaquã e de 178,7/sc/ha em Uruguaiana).
RITMO INDUSTRIAL – Dados do IBGE apontam que o beneficiamento de arroz e a fabricação de produtos a partir do cereal nacional recuaram 1,1% em maio/2023 (informação mais recente) frente a maio de 2022. Na comparação entre os primeiros cinco meses deste ano e o mesmo período de 2022, a baixa é de 1,9%.
VAREJO – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA15, considerado uma prévia da inflação), divulgado pelo IBGE no dia 25 de julho, foi de -0,07%, 0,11 ponto percentual abaixo do observado em junho (0,04%). Especificamente para o arroz, entre 15 de junho e 13 de julho de 2023, os dados do IPCA-15 apontam queda de 0,78% na média nacional em relação ao período entre 16 de maio e 14 de junho deste ano – a última redução havia sido registrada em outubro de 2022. Já no acumulado de 2023 (de janeiro a julho), observa-se elevação de 8,11%.
