Deflação ao atacado e inflação ao varejo.
Os dois sinais opostos na economia chinesa ontem demonstram que os eventos mais recentes, além da própria guerra comercial, têm afetado a segunda economia mundial.
A febre suína, com o abate de milhões de porcos tem deixado uma forte marca na população chinesa, que uma geração atrás sequer tinha condições mínimas de ingestão de proteínas nas zonas rurais e com a forte industrialização, se tornaram parte importante da cadeia de consumo, tendo a carne suína ganhado forte protagonismo.
Este é um choque primário na inflação ao consumidor, alimentada também pelo descompasso de oferta de commodities, em meio aos desenvolvimentos da guerra comercial, em especial a soja.
Do lado do produtor, o problema são as tensões comerciais. As taxações americanas já afetaram a demanda por produtos chineses, mesmo que fabricantes americanos não tenham ainda tido tempo de encontrar substitutos criveis para a matéria-prima da China.
Em diversos estados americanos, a falta de produtos ou a elevação do custo de produção por conta das taxações tem deixado diversos fabricantes em situação cada vez mais difícil e margens de lucro achatadas, sendo que para muitos, a culpa recai em Trump e não na China.
Essa deflação chinesa, em partes pela contração da atividade manufatureira acaba sendo exportada em nível global, como poderemos observar no PPI hoje nos EUA.
Localmente, as atenções se voltam às vendas ao varejo de julho, período de férias e onde o setor automotivo não deu grandes contribuições como em períodos anteriores, renovando a necessidade de algum estímulo de impacto extra reformas.
Outro fator de impacto ao varejo, ainda a ser medido é a entrada da Amazon Prime, que gerou efeito direto nas ações de empresas do setor.
O “Amazon Effect” nos preços estão longe de serem uma realidade no Brasil, porém o primeiro passo foi dado.
Por fim, não se sabe se ainda é algum balão de ensaio ou algum tipo de distração para avançar a reforma da previdência, porém a insistência de Paulo Guedes com o tema neo-CPMF tem assustado seus apoiadores, pois dá a sensação de que o estoque de ações da equipe econômica parece mais limitado do que se demonstrava.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o primeiro dia da reunião do BCE.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, depois que Pequim divulgou uma lista de isenções tarifárias para produtos dos EUA nesta manhã.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, alta, exceção ao cobre.
O petróleo abre em alta, após queda nos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,72%
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0822 / -0,37 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,190%
Dólar / Yen : ¥ 107,74 / -0,149%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / 0,073%
Dólar Fut. (1 m) : 4101,65 / -0,05 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,20 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,35 % aa (0,19%)
DI - Janeiro 23: 6,45 % aa (0,47%)
DI - Janeiro 25: 7,01 % aa (0,43%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,1445% / 103.032 pontos
Dow Jones: 0,2755% / 26.909 pontos
Nasdaq: -0,0406% / 8.084 pontos
Nikkei: 0,96% / 21.598 pontos
Hang Seng: 1,78% / 27.159 pontos
ASX 200: 0,36% / 6.638 pontos
ABERTURA
DAX: 0,738% / 12359,24 pontos
CAC 40: 0,485% / 5620,36 pontos
FTSE: 1,034% / 7343,10 pontos
Ibov. Fut.: -0,18% / 103466,00 pontos
S&P Fut.: 0,081% / 2979,50 pontos
Nasdaq Fut.: -0,058% / 7817,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,23% / 78,94 ptos
Petróleo WTI: 1,32% / $57,91
Petróleo Brent:1,17% / $62,92
Ouro: 0,48% / $1.492,46
Minério de Ferro: 0,15% / $91,37
Soja: 1,48% / $15,05
Milho: 0,36% / $349,75
Café: 3,53% / $98,35
Açúcar: 0,28% / $10,91