A decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) é o mote para a redução de velocidade do rali instalado nos mercados nos últimos dias, de forma a dar sustentação à uma possível continuidade do movimento de melhora do humor dos investidores.
Para alguns, o tema “preocupação com a economia”, como citados em sites de mercado para explicar o movimento de hoje se choca diametralmente com o tema dos últimos dias, exatamente a retomada da atividade econômica.
O problema é que ambos os temas têm espaço para serem utilizados como mote de correções e ralis de mercado, dependendo do momento em que se inserem, pois a incerteza continua a ser o principal motor dos mercados neste momento.
O Banco Central Europeu (BCE) deve anunciar sua mais recente mudança de política monetária e espera-se que expanda seu programa de recompra de títulos, numa tentativa de resistir à pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial.
A pausa no mercado excessivamente otimista dos últimos dias em partes se sustenta também na continuidade dos protestos nos EUA, os quais se repetiram em menor monta em Paris e agora Londres, todavia, os indicadores econômicos desenhando um contexto de desolamento estão “menos piores”, como observável no ADP Employment de ontem.
O indicador projetava perdas de quase 10 milhões de vagas só no setor privado americano, porém perdas de menos de um terço, 2,76 milhões de vagas.
É obviamente ruim, porém menos desolador do que as projeções apontavam, assim como ocorreu na série de PMIs e ISMs divulgados nos EUA, Europa, Brasil e China.
Os temores de reedição das ondas virais em vista aos protestos em diversas localidades trazem também o receio de que a retomada da atividade econômica possa não ter o ímpeto dentro dos anseios dos governos e da população em meio ao verão no hemisfério norte, o que pode adiar as pretensões de retomada mais ampla até agosto.
Enquanto isso, o Brasil continua com forte disparidade regional, pois a provável antecipação das quarentenas está gerando fadiga tanto nos negócios como nos indivíduos, os quais podem relaxar a proteção contra o vírus exatamente próximo ao pico nacional, revertendo os achamentos de curva e levando a uma segunda onda consecutiva.
A pandemia no Brasil foi inicialmente marcada por uma forte politização, seguida de forte descoordenação entre os entes federativos, uma série de tentativas e erros na contenção humana e enorme corrupção nos contratos emergenciais.
Neste cenário, o período de auge da doença pode já ter passado, porém o tempo excessivo em quarentenas e o fato da doença não ter "embicado" para baixo em suas curvas traz os números que observamos agora.
Brasil sendo Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em expectativa pela decisão do BCE.
Em Ásia-Pacífico, sem rumo, com entrando em correção do rali mais recentes.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, alta no geral, exceção ao cobre.
O petróleo abriu em queda em Londres e em Nova York, com temores de que a OPEP+ pode não discutir seriamente novos cortes.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,10%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0651 / -2,66 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,321%
Dólar / Yen : ¥ 108,89 / 0,064%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,366%
Dólar Fut. (1 m) : 5093,19 / -2,57 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,00 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,03 % aa (-1,47%)
DI - Janeiro 25: 5,66 % aa (-1,57%)
DI - Janeiro 27: 6,64 % aa (-1,34%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,1480% / 93.002 pontos
Dow Jones: 2,0481% / 26.270 pontos
Nasdaq: 0,7757% / 9.683 pontos
Nikkei: 0,36% / 22.696 pontos
Hang Seng: 0,17% / 24.366 pontos
ASX 200: 0,85% / 5.992 pontos
ABERTURA
DAX: -0,672% / 12403,52 pontos
CAC 40: -0,563% / 4994,11 pontos
FTSE: -0,491% / 6351,05 pontos
Ibov. Fut.: 1,93% / 92923,00 pontos
S&P Fut.: -0,504% / 3102,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,343% / 9665,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,24% / 63,75 ptos
Petróleo WTI: -1,80% / $36,56
Petróleo Brent: -1,23% / $39,37
Ouro: 0,46% / $1.709,27
Minério de Ferro: -0,27% / $100,40
Soja: -0,06% / $857,25
Milho: 0,54% / $325,75 $325,75
Café: -0,96% / $97,85
Açúcar: -0,77% / $11,49