Qualquer artigo sobre o ano passado e focado em ações tem que começar com o fato mais óbvio: 2017 foi um ano incrível para as ações.
As criptomoedas - com seus retornos astronômicos - podem ter roubado a cena do S&P, com o (bitcoin terminando o ano com alta de 1.290%, o ethereum fechando 2017 em +8.900% e o ripple se despediu do ano velho com a atordoante alta de 32.000%), mas esses retornos enormes foram acompanhados por riscos e volatilidade incrivelmente elevados. As ações foram muito menos voláteis: de fato, no ano passado, o VIX passou a maior parte do ano variando entre 10 e 11; além disso, o índice de volatilidade viu o seu ponto mais baixo em 3 de novembro, às 9:14. Assim, as ações foram uma proposta de investimento muito mais estável. Do jeito que vemos hoje, agora as ações podem ser consideradas investimento, enquanto que as criptomoedas são, na maior parte, ainda especulação de alto risco.
Os índices de ações dos EUA foram de 19,4%, 25,08% e 28,24% para o S&P, Dow e NASDAQ, respectivamente. Ironicamente, desde o início de 2017, muitos estavam preocupados com o fato de que o Bull Run do mercado tivesse chegado ao fim. Claramente, esse não foi o caso.
Então, quais ações tiveram os maiores ganhos em 2017? As 5 ações mencionadas abaixo tiveram uma força significativa para empurrar os índices mais para o alto. Classificamos as ações com o melhor desempenho na ordem inversa e observamos os preços que começaram e terminaram 2017.
Amanhã, analisaremos as 5 piores ações de 2017. Vamos terminar a semana com a terceira parte desta série, 5 ações a serem acompanhadas em 2018.
5. Boeing: abriu 2017 em US$ 156,30; fechou 2017 em US$ 294.90 +89.4%
O fabricante de produtos aeroespaciais e de defesa Boeing (NYSE:BA) teve um 2017 estelar. Embora o aumento no preço das ações em mais de 89% tenham sido o suficiente apenas para o quinto lugar em nossa lista, a empresa terminou o ano em primeiro lugar no Dow, o melhor resultado entre os 30 listados no índice e 20% a frente da Caterpillar (NYSE:CAT), que teve o segundo melhor desempenho no Dow em 2017.
O rali da Boeing foi uma combinação de aumento do fluxo de caixa livre (US$ 4,38B no segundo trimestre de 2017, o máximo para um único trimestre em mais de 10 anos), otimismo em relação aos cortes de impostos e maior disposição do governo dos EUA para aumentar os gastos em defesa após as várias ameaças da Coréia do Norte ao longo de 2017. A receita da Boeing está em declínio, mas a empresa está sendo gerenciada de forma mais eficiente, gerando um resultado forte e melhor fluxo de caixa. Após o bom ano que a Boeing teve, a empresa elevou seu dividendo para 20% em dezembro, para US$ 1,71 por trimestre, ou US$ 6,84 ao ano, o que equivale a um rendimento futuro de 2,3%.
4. Wynn Resorts: abriu 2017 em US$ 87,20; fechou 2017 em US$ 168,50 +94.8%
O Wynn Resorts (NASDAQ:WYNN) passou 3 anos em uma montanha-russa. A cadeia de hotéis e cassinos perdeu 53% do seu valor em 2015 depois que as autoridades chinesas reprimiram a atividade de jogo em Macau, assustando tanto os apostadores como os investidores. Em 2016, a ação ganhou 30%, e dissemos que foi uma das ações que deram a volta por cima em 2016. Em 2017, a empresa andou pelo menos mais cinco passos para a frente.
Ao longo dos últimos anos o apetite pelas apostas se recuperou, apesar do governo chinês. A receita para os três primeiros trimestres do ano foi de US$ 4,6 bilhões, um aumento de 42% em relação aos US$ 3,16 para os trimestres comparáveis do ano anterior. No terceiro trimestre de 2016 a empresa teve um lucro líquido negativo de US$ 17 milhões. A empresa se recuperou lindamente em seu último balanço, do terceiro trimestre de 2017, com um lucro líquido de apenas 80 milhões. Essa reviravolta incrível e mudança de sentimento em relação aos cassinos ressuscitou a Wynn e fez dela a número quatro nas ações de melhor desempenho de 2017.
3. Vertex Pharmaceuticals: abriu 2017 em US$ 74,40; fechou 2017 em $149,80 +103.4%
2017 foi o ano em que a pesquisa pesada e o desenvolvimento renderam frutos para a Vertex (NASDAQ:VRTX); a empresa gastou pouco mais de um brilhão de dólares em P&D nos três primeiros trimestres do ano. Sua receita aumentou quase 50%, de US$ 1,24 bilhões para US$ 1,83 bilhões, após o sucesso de seu tratamento para fibrose cística, que inclui o tratamento combinado de Kalydeco e Orkambi.
A empresa vem experimentando tecnologia de edição de genes de última geração, chamada CRISPR, que está sendo considerada como o próximo grande acontecimento em terapia genética. A tecnologia permite aos pesquisadores modificar as sequências de DNA e a função dos genes. Esta potencial tecnologia revolucionária aumentou a empolgação em torno da Vertex e fez a ação disparar no decorrer de 2017.
2. Align Technology: abriu 2017 em US$ 96,40; fechou 2017 em US$ 222,10 +131.13%
A ortodontia sempre foi um mercado lucrativo, mesmo no mundo da saúde bucal. Por essa razão, a nova tecnologia de alinhamento de dentes deverá chamar a atenção nos círculos de investidores.
A Align Technology (NASDAQ:ALGN) está tentando fazer dos aparelhos ortodônticos metálicos uma coisa do passado. Gerações de americanos sabem como pode ser doloroso, desconfortável e estranho usar aparelho. O Invisalign, da Align, são aparelhos transparentes que tornam o processo de alinhar os dentes mais conveniente, menos doloroso e mais estético. Os investidores têm grandes esperanças para a adoção geral dos novos aparelhos e o aumento de preços de 2017 reflete o otimismo em torno da Align.
1. NRG Energy: abriu 2017 em US$ 12,30; fechou 2017 em US$ 28,40 +132.3%
Uma empresa de energia no topo da lista dos melhores resultados da S&P 500? Em 2017? É melhor acreditar.
No entanto, não é uma história de sucesso de crescimento comum. A NRG Energy (NYSE:NRG) tem um portfólio diversificado de geração de energia, que inclui fontes tradicionais e renováveis. No entanto, diversificar e entrar em novos mercados não tem sido benéfico para os negócios.
A maior parte dos ganhos deste ano para as ações da NRG veio depois que a empresa anunciou que estava empreendendo um esforço de reestruturação para criar uma empresa mais enxuta e eficiente. A NRG planeja verter US$ 13 bilhões em dívidas e aumentar a receita em US$ 4 bilhões através da venda de ativos, tanto convencionais quanto renováveis.
Wall Street é infame por abraçar com entusiasmo uma extensa reestruturação e redução de custos; e o grande aumento nas ações da NRG é um exemplo extremo desse "amor". A empresa tem tido desempenho fraco ultimamente, com receitas caindo ano a ano, em dois dos três últimos trimestres e uma perda anual que ultrapassa US$ 615 milhões. Obviamente, Wall Street espera agora dias muito melhores à frente.