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As 5 maiores quedas de março na B3

Publicado 03.04.2023, 10:10
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Um mês para ser esquecido

Assim como já havia sido em fevereiro, o mês de março não foi nada fácil para os investidores na bolsa brasileira.

Apesar do respiro nos 45 minutos do segundo tempo, com o mercado estranhamente reagindo de forma positiva à proposta de arcabouço fiscal do atual governo, o mês que passou foi marcado por elevados tons de incerteza e pessimismo.

O Ibovespa encerrou o período em queda de -2,9%, impulsionado pelo movimento negativo de cinco principais posições de sua carteira teórica, que comentarei adiante.

Desempenho do Ibovespa em março.
Desempenho do Ibovespa em março. Fonte: Bloomberg

Já o Índice de Small Caps, composto por empresas de menor valor de mercado, fechou março em baixa de -1,7%.

Ainda é cedo para afirmar o que pode acontecer em abril, já que os detalhes da âncora fiscal devem ser melhor digeridos ao longo do tempo e muitos economistas, gestores e analistas possuem opiniões distintas sobre a viabilidade da proposta.

Nós, da Nord, estaremos acompanhando de perto o desenrolar dessa história para informar nossos leitores e assinantes de tudo o que estiver acontecendo e suas consequências para nossa bolsa de valores.

Agora, sem mais delongas, vamos para as maiores quedas do mês de março.

Hapvida (BVMF:HAPV3)

A Hapvida entrou em março com o pé esquerdo, tendo divulgado aos seus acionistas mais um resultado decepcionante no 4T22 e que fez com que suas ações caíssem, em um único pregão (01/03), assombrosos -33%.

Os números da companhia foram impactados pela sinistralidade ainda em tendência negativa, com os reajustes de preços não sendo suficientes para compensar o aumento dos custos. Com isso, o Ebitda veio bem abaixo das expectativas do mercado e caiu -9% em relação ao 4T21.

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Gráfico apresenta Ebitda ajustado e margem Ebitda.
Ebitda ajustado e margem Ebitda. Fonte: Hapvida

Além disso, a empresa segue com muitas dificuldades em capturar sinergias após a fusão com a Notredame e sua forte queima de caixa elevou novamente o seu endividamento.

Mesmo com o respiro na última semana após a injeção de liquidez da família controladora e a venda de 10 hospitais em uma operação de sale and lease back (vende e aluga de volta), as ações da Hapvida encerraram o mês de março registrando a maior queda do Ibovespa (-42%)

A companhia chegou a valer mais de R$ 55 bilhões na bolsa brasileira no momento da fusão com a Notredame, no final de 2020. Hoje vale cerca de R$ 19 bilhões (-66%), mas ainda assim é negociada por um múltiplo alto de 13x Ebitda.

3R Petroleum (BVMF:RRRP3)

A 3R Petroleum foi a segunda mais impactada no mês passado, com suas ações caindo -25% no período.

O desempenho pode ser explicado, principalmente, pelo ofício do Ministério de Minas e Energia enviado à Petrobras (BVMF:PETR4) no início de março pedindo a suspensão dos processos de venda de ativos da estatal pelo prazo de 90 dias.

A suspensão contemplava, inclusive, os ativos em processo avançado de conclusão, como é o caso do Polo Potiguar, maior aquisição da 3R após seu IPO e responsável por cerca de 40% de toda a produção projetada pela companhia no futuro.

Uma possível quebra de contrato poderia afetar drasticamente a visibilidade de crescimento para a petroleira junior.

Porém, após alguns dias de especulações e informações desencontradas, a 3R foi notificada pela própria Petrobras que não existiria motivo algum para suspender a transação, que já possui, inclusive, a aprovação da ANP.

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Após a notificação, as ações chegaram a subir +13% no dia, mas não foi o suficiente para compensar a grande queda mensal.

Com a conclusão da aquisição do Polo Potiguar caminhando para um final feliz, a 3R mantém a ótima perspectiva de aumentar sua produção em mais de +570% até 2025, saindo de 15 mil barris diários (dados do 4T22) para mais de 101 mil.

Gráfico apresenta visibilidade de aumento de produção.
Visibilidade de aumento de produção. Fonte: 3R Petroleum

Negociando a cerca de 8,5x Ebitda, mesmo no pior cenário (sem Potiguar), RRRP3 continuaria sendo uma grande oportunidade em nossa bolsa de valores.

Qualicorp (BVMF:QUAL3)

As ações da Qualicorp já estavam caminhando em forte tendência de baixa há algumas semanas, mas o movimento foi amplificado após os fracos resultados do 4T22 apresentados pela companhia no final do mês.

A administradora de planos de saúde teve uma perda líquida de 58 mil beneficiários no trimestre e os reajustes nos preços de planos de saúde ao longo do ano continuaram a promover novos churns (cancelamentos).

Com isso, a Qualicorp apresentou um baixo crescimento em suas receitas e entregou um prejuízo líquido de R$ 80 milhões no trimestre — revertendo o lucro de R$ 51 milhões apresentado no mesmo período do ano anterior.

Para tentar contornar o momento negativo, a companhia pretende adotar uma nova estratégia, mais focada em geração de caixa do que em crescimento.

No mês, os papéis da Qualicorp tiveram baixa de -22% e, agora, a empresa é negociada por pouco mais de 3x Ebitda. Mesmo abaixo do múltiplo atual da bolsa, não vejo grandes gatilhos de curto/médio prazo para que QUAL3 se configure como oportunidade no momento.

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Ebitda e EV/Ebitda da Qualicorp.
Ebitda e EV/Ebitda da Qualicorp. Fonte: Bloomberg

Rede D’Or (RDOR3 (BVMF:RDOR3))

Ainda no setor de saúde, a Rede D’Or foi mais uma a figurar o Top 5 de maiores quedas em março, com suas ações desvalorizando -19% no período.

Assim como foi visto em QUAL3, os papéis da maior rede de hospitais privados do Brasil já vinham sendo impactados negativamente pelo mau humor do mercado desde fevereiro e intensificaram as quedas após a divulgação de resultados.

Entretanto, indo na contramão de outras empresas do setor, a Rede D’Or entregou crescimento em suas receitas (+12%) devido ao maior volume de pacientes-dia e aumento no ticket médio, e em seu Ebitda, que subiu +5% no trimestre.

Já seu lucro teve queda de -33%, mais uma vez afetado pelo cenário de juros em alta elevando as despesas financeiras da companhia.

Gráficos apresentam Ebitda e lucro líquido.
Ebitda e lucro líquido. Fonte: Rede D’Or

Ainda assim, a companhia manteve seu endividamento em patamares sustentáveis e com um custo baixo, além de possuir uma posição de caixa suficiente para honrar com todos os seus compromissos até 2028.

Mesmo com seus resultados pressionados pelo cenário macroeconômico atual vindo abaixo das expectativas do mercado (o que acarretou parte das quedas no mês), a Rede D’Or segue com grande visibilidade no longo prazo.

A empresa mantém seus projetos de crescimento orgânico (construção e ampliação de hospitais) para os próximos anos, além de focar na incorporação dos hospitais adquiridos e da SulAmérica (BVMF:SULA11), que criará um gigante de mais de R$ 40 bilhões de faturamento.

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Após as quedas, suas ações passaram a ser negociadas por apenas 10x Ebitda, reforçando que, quando o assunto é saúde, a RDOR3 é a principal oportunidade no momento.

Assaí (BVMF:ASAI3)

Fechando a lista das cinco maiores quedas do Ibovespa em março, está uma das maiores redes atacadistas do país, o Assaí.

Apesar de ter apresentado um resultado robusto no 4T22, com seu Ebitda triplicando em um período de três anos, os papéis da companhia caíram -16% no último mês.

Gráficos apresentam Ebitda ajustado e margem Ebitda.
Ebitda ajustado e margem Ebitda. Fonte: Assaí

As perdas podem ser justificadas por mais um movimento de seu controlador, o Grupo Casino, que vendeu mais uma fatia do Assaí, levantando mais de R$ 4 bilhões e reduzindo sua participação de 30% para apenas 11%.

Com a venda, o Assaí aumentou significativamente o seu número de ações em circulação, o que gerou um rebalanceamento dos índices acionários que pertence.

Mesmo que esteja apresentando um forte crescimento de sua marca com a conversão das lojas do Extra e inauguração de novas unidades, o Assaí ainda negocia a um múltiplo de 10x Ebitda — acima de seus principais concorrentes no país.

Por outro lado, algumas ações voaram (literalmente)  

Passando rapidamente pelas maiores altas do Ibovespa no mês de março, um setor específico foi importante para que a queda no índice não fosse ainda maior: o aéreo.

Após fortes quedas em fevereiro, tanto Azul (AZUL4 (BVMF:AZUL4)) quanto Gol (GOLL4 (BVMF:GOLL4)) apresentaram uma grande recuperação no último mês, com altas de +63% e +19%, respectivamente.

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O desempenho da Azul pode ser explicado pelas sinalizações positivas de que suas altas dívidas poderiam ser renegociadas, dando um fôlego maior para a companhia nos próximos anos e o que era, de fato, a maior preocupação por parte do mercado.

Já a Gol, teve uma performance menor, mas ainda assim foi beneficiada pela reestruturação de títulos, que serão utilizados para aumentar sua posição de caixa em mais de US$ 450 milhões.  

Não somente as ações das aéreas apresentaram um bom movimento no período como também os papéis da maior fabricante de aeronaves do país (e a terceira maior no mundo), a Embraer (BVMF:EMBR3).

Diferentemente de Azul e Gol, o desempenho mensal da companhia se deve aos bons resultados apresentados pela empresa, com mais entregas de aeronaves no 4T22 e seu Ebitda mais do que dobrando no período.

Com isso, as ações da Embraer decolaram +29% no mês de março.

O Top 5 de maiores altas do Ibovespa ainda inclui as concessionárias EcoRodovias (ECOR3 (BVMF:ECOR3)) e CCR (CCRO3 (BVMF:CCRO3)), que sobem +28% e +16%, respectivamente.

Top 5 maiores quedas e altas de março.
Top 5 maiores quedas e altas de março. Fonte: Bloomberg e elaboração Nord Research

Mas me diz, quais ações você acha que terão as melhores e as piores performances no mês de abril? Comenta aqui embaixo e até a próxima!

Últimos comentários

Ótimo relatório, porém o mercado está confuso. Quedas de setor de saúde normal. Muito arriscado o setor. Altas em aéreas e rodovias ! Hum , duvidoso! Pra mim não vale a pena entrar em nenhum! Sucesso a todos.
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