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As Consequências de Uma Crise Mundial

Publicado 20.08.2019, 17:41
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Muitas pessoas me perguntaram, nesses últimos dias, quais os possíveis efeitos para o Brasil de uma queda no crescimento global.

Embora as consequências sejam silenciosas, elas já estão acontecendo e vamos falar hoje sobre isso.

O investidor internacional opera o Brasil dentro de uma cesta de países chamados "emergentes".

Eles não estão tão preocupados se hoje o Presidente tuíta A ou B. Se os dados de produção industrial vieram maiores ou menores.

Não! Eles olham a região como um todo.

O Brasil corresponde a 7,85 por cento do MSCI Emerging Markets, uma das ETFs mais operadas para investir em emergentes no mercado internacional.

Fonte: Bloomberg

Note que no último mês de agosto, a cotação dessa ETF caiu 7 por cento, coincidindo com um movimento de saída de estrangeiros na Bolsa brasileira.

Fonte: Bloomberg

E aqui podemos falar sobre a primeira consequência de uma crise global:

Saída do fluxo de investidores estrangeiros

Os investidores globais, por conhecerem menos os países emergentes, e saberem que eles sempre têm uma série de fraquezas na sua economia, acabam por simplesmente reduzir as suas alocações nesse tipo de ativo.

Os emergentes, além de possuírem menos liquidez – que em momentos de crise provocam maior queda nos preços dos ativos quando todos decidem sair – têm maior probabilidade de entrarem em uma crise interna, seja por desvalorização da moeda, aumento da dívida, aumento da inflação, ou qualquer outro problema estrutural que carreguem.

Por isso que, em um momento de crise, a moeda dos emergentes se desvaloriza, enquanto a dos países desenvolvidos se valoriza. Pois o fluxo de investimentos sai dos emergentes e volta para as matrizes exportadoras de investimento.

A consequência para os países emergentes é a desvalorização da moeda e queda no preços de seus ativos como a Bolsa. Que é exatamente o que estamos vendo por aqui. O Ibovespa já caiu 5 por cento nos últimos dias, e o real já se desvalorizou 10 por cento.

Dependendo do país, a desvalorização cambial pode aumentar muito o risco de aumento da inflação, obrigando o BC a subir juros. Sabendo disso, o mercado antecipa o movimento, puxando os juros futuros para cima.

Isso não vem acontecendo no Brasil, pois nossa economia anda muito fraca e o repasse cambial não tem sido alto. Além disso, temos mais reservas cambiais do que dívida externa, o que faz com que nossas dívidas caiam durante uma desvalorização.

Mas, certamente, o Banco Central e o mercado estão bem de olho no movimento do câmbio.

Isso me leva a segunda consequência importante:

Queda da confiança dos empresários

Enquanto nossa Bolsa e nossa moeda deveriam estar valorizando muito após a aprovação da reforma da previdência, estamos com nossos ativos caindo, e sem saber o que esperar do fluxo global de investimentos.

Esse fator reduz a confiança dos empresários em lançar novos projetos, emitir novas ações ou dívidas, e aumentar sua produção antes de ver a volta da atividade.

Em um cenário global pujante, os empresários largam na frente, estimulando suas empresas, contratando mais funcionários e aquecendo a economia.

Em um cenário de crise, todos ficam parados, aguardando o fundo do poço.

Isso certamente irá postergar a nossa recuperação econômica.

O que era esperado para este ano, já pode ser postergado para o ano que vem. E esse é o maior impacto na economia real.

O que devemos fazer?

Se fossemos uma economia desenvolvida, eu diria para se ter uma carteira mista entre Bolsa e Juros. Afinal, ou a crise é resolvida e a Bolsa volta a subir, ou a crise segue e o crescimento mais baixo faz o Banco Central reduzir os juros.

O meu grande medo com juros é que, por sermos uma economia emergente e estarmos nesse contexto de saída de fluxo, corremos sempre o risco de desvalorização cambial, o que poderia abortar o ciclo de queda da Selic. E isso teria o potencial de subir os juros futuros, sem que o movimento fosse compensado pela alta na Bolsa, causando um perde-perde.

A solução, portanto, passa por você ter apenas a quantidade de bolsa que se sente confortável o suficiente para carregar. E que, no caso do tumulto externo durar um pouco mais de tempo, você tenha toda a paciência do mundo de esperar.

A bolsa local tem valor, a economia está passando por medidas transformacionais de aumento de produtividade. Mas podemos não ver o resultado de tudo isso no curto prazo.

É a realidade externa se impondo, e temos que respeitar. Mercado é assim. E as estrelas não se alinham na hora que queremos.

Paciência!

Últimos comentários

Análise bem fundamentada, objetiva e de fácil entendimento. Parabéns Marilia!
Quem não se informa para operar no mercado, esta desinformado. Os que tem alguma informação(como essa plataforma) estão mal informados. Esse sobe e desse é a alegria dessa galera que precisa vender cursos e propagandas e por isso tentam criar terror no leitor para aumentar a necessidade e interesse em gastar mais dinheiro. Não se enganem..
O capital externo vai aumentar no Brasil, voces acham mesmo que aquele capital q foi investido em um momento de crise que o Brasil vivia, onde o pais nao sabia pra onde ia, vai sair justamente agora?
Suas análises são sempre muito boas e didáticas. Parabéns Marília.
Você conhece a piada da esposa que, preocupada, percebe a frieza do marido desde a noite passada? Ela pensa: ele está frio, distante. Acho que ele não me ama mais. Ele, por sua vez, pensando com seus botões, rumina: Droga, o palmeiras não podia ter perdido!. o Mercado não entra em "crise". O preço possui um histórico. E ele, o preço, busca seu preço histórico de tempos em tempos. Jogue uma média simpes de 200 dias no gráfico semanal e veja a quanto tempo o Ibov não busca aquele preço. Eu lhe digo: 3 anos. Agora veja a quão perto EWZ está de sua média de 200 dias do Semanal e veja o quão longe está o Ibov desta mesma média. O Ibov vai buscar o fundo de 11/06/2018 muito em breve (a média de 200 dias do Semanal). A mídia dirá que é crise. Boutiques se aproveitarão dos desesperados para lançar produtos. Quem dita para onde o preço vai é o próprio preço. A propósito, ao buscar ainda nesta semana o range 98500/96466 o Ibov vai atrás dos 107k para formar um TD. 89k virá depois do TD. Histórico.
E só para registrar: São 08:46hs do dia 21/08/2019.
Solução: culpar o governo Bolsonaro!
Solução: culpar o governo Bolsonaro!
Ótimo texto moça
Ótimo texto moça
Muito bem elaborado esse artigo
excelente artigo
excelente artigo
Parabéns pelo artigo... excelente.
Excelente artigo, porém "dramático" para uma queda tão pequena do IBOVESPA, que particularmente vejo como uma correção e não uma queda em si!
Não está, mas é o caminho natural daqui para frente ; )
 Numa possível recessão mundial eu concordo, o tombo será grande! Mas já tem tempo que ouvimos falar em recessão e a mesma não acontece! Uma hora terá, mas enquanto isso vamos surfar a onda rs...
Eu comentei a respeito porque a autora do texto mencionou uma queda de 5% como sendo algo catastrófico, enfim...Eu gostei do artigo, apenas achei dramático esse posicionamento! Eu não a conheço, mas deve ser analista de renda fixa! É muito diferente de opiniões como Henrique Bredda (Alaska), Roberto Lira (Icatu), Luis Stuhlberger (Verde), Florian Bartunek (Constellation)...Enfim, é apenas a minha opinião!
qualquer criança de 4 anos entende o que está acontecendo na economia após ler esse texto, boa! obrigado.
Muito coerente, obrigado pela leitura
Muito coerente, obrigado pela leitura
muito bom texto, bem claro e objetivo!
Que maravilha de texto !
texto muito bem explicativo, é de grande valia para que possamos nos preparar para o que possa estar vindo do mercado;Parabéns
texto muito bem explicativo, é de grande valia para que possamos nos preparar para o que possa estar vindo do mercado;Parabéns
Excelente, Marília
quando o mercado tá aquecido, reclama da inflação, diz que é perigoso investir. Quando o mercado tá fraco, diz que vai piorar. Cegos. Quando verão as oportunidades de um mercado temporariamente fraco?
ótimo texto
ótimo texto
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