Aos apostadores de plantão
O IPCA de fevereiro acendeu o alerta em quem estava apostando que o ciclo de aumento dos juros está próximo de acabar. O indicador apontou inflação de 0,69% no mês passado, acima do esperado de 0,65%.
Aquele ciclo mesmo, que promoveu alguns pregões de alta para a Bolsa, com destaque para o repique de ações de incorporadoras.
Lembra?
O profeta
Falando em apostadores de plantão...
George Soros está apostando na queda da China, está bancando a maior aposta da história contra uma Bolsa, com posição vendida de US$ 1,3 bilhão no S&P 500, e agora acredita em 25 anos de estagnação na Europa.
Fora isso, ele até que está otimista.
O profeta errou a mão?
Duas semanas atrás, o diretor de ferrosos e estratégia da Vale, José Carlos Martins, ocupou as manchetes ao afirmar que “Não há espaço para minério abaixo de US$ 110 a tonelada”.
Pois o preço do minério de ferro com 62% de teor, referência para o mercado à vista chinês, atingiu nesta semana o menor patamar em 18 meses, na casa de US$ 105 por tonelada.
Martins conhece pouco deste mercado?
Pelo contrário. Talvez ele seja uma das pessoas com o melhor nível de informações sobre a dinâmica do mercado de minério de ferro em todo o mundo. Vive o dia-a-dia deste mercado como um dos principais executivos do maior fornecedor de minério de ferro do mundo.
A profecia autorrealizável I (Vale)
Então por que raios os preços do minério de ferro estão abaixo de US$ 110 por tonelada?
Independentemente da dinâmica física (relação entre oferta e demanda), os preços têm refletido perspectivas ruins para a economia chinesa, uma potencial bolha de crédito e o temores de déficits na balança comercial por lá. Lembrando, os chinas são enormes produtores e exportadores de aço, que tem o minério como principal matéria-prima.
Com as perspectivas desfavoráveis para a economia chinesa, os analistas de mercado (que não vivem a dinâmica diária de oferta/demanda como o Martins) reduzem suas projeções para o preço do minério de ferro, que cai em consequência. Com a queda dos preços, os analistas acabam revisando mais para baixo as suas projeções, e assim essa roda se retro-alimenta...
PS: sejamos justos, mais abaixo, no PRO, eu conto o porquê de o profeta Martins não estar errado.
A profecia autorrealizável II (Petro)
Por que raios a ação da Petrobras lidera as altas do Ibovespa hoje, se a única notícia sobre a empresa é a de que ela terá de explicar as denúncias de propina em Brasília?
Pois é estimulada por relatório de grande banco de investimentos, que considerou a ação barata e elevou a sua recomendação para as mesmas.
Vejamos: a elevação de recomendação foi para “neutro” e desde quando o fato de as ações estarem baratas é garantia de que ficarão, em um passe de mágica, caras? Não estavam baratas a R$ 14,00?
É mais ou menos assim: o cara sequer recomenda a compra dos papéis, mas o mercado compra os papéis com base na sua recomendação neutra. Vai entender. Pode até haver recomposição de short (posições vendidas), claro, mas até quando?
E assim essa roda se retroalimenta...
A nova campanha da Petrobras
Fora a notícia de que a Petro terá de explicar na Câmara, o leque de novidades envolvendo a estatal tem também a sua nova campanha.
Errou se pensou em campanha exploratória.
Falo de campanha publicitária mesmo.
O banner acima pode ter uma fotografia bonita, mas esquece de mencionar que os juros elevados que a estatal está pagando também têm um papel fundamental na sua captação...
E, curioso, essa é provavelmente a primeira vez que vejo alguém promover o fato de ter contraído (ainda) mais dívida. Orgulho nacional renovar este recorde: a maior dívida corporativa do mundo. Ah, sim, o recorde anterior também era dela.
A campanha do governo
Quem também tem uma peça publicitária na manga é o governo (tomemos Petro e governo como duas coisas separadas aqui): começam amanhã as conversas entre a cúpula de política-econômica do governo brasileiro e os analistas da agência de classificação de risco Standard & Poor’s.
O tema? O rating jaboticaba, obviamente.
O governo aposta na meta fiscal de 1,9% de superávit primário. Ele espera que a agência compre essa ideia (que é ideia até que se prove o contrário), e ignore alguns pontos, como:
(i) a situação de fato das contas públicas;
(ii) o seu péssimo histórico de cumprimento de metas;
(iii) algumas questões que não entraram no cálculo da meta fiscal, como a conta das térmicas.
E aí, a S&P vai comprar?
A frustração
Até tentei, mas não consegui comprar ingressos de jogos da Copa para usar em uma promoção quente que estávamos preparando para os leitores do M5M.
A propósito, alguém aí conseguiu?
A recompensa
Felizmente, tenho uma carta na manga. Um convite formal para você.
A ideia da promoção visava prestigiar algumas marcas emblemáticas que comemoramos aqui na Empiricus. Os últimos produtos que lançamos, a Nova Fórmula da Carteira Empiricus e curso Investidor Essencial atropelaram as nossas expectativas e renovaram nossos recordes históricos de vendas. Nossa base também tem crescido de maneira importante. Talvez não saiba, mas este M5M que você lê está sendo disparado, diariamente, para mais de 125 mil leitores cadastrados.
Esses números que são realmente importantes para a gente. Quando fundamos esse negócio, quatro anos atrás, naturalmente carregávamos grandes incertezas se haveria espaço para pesquisa de investimentos independente no Brasil. Embora confiássemos fortemente no negócio, também tínhamos por aqui, munidos de espírito científico, nossos questionamentos.
Agradeço a você por isso, e aproveito a oportunidade para convidar todos os nossos leitores que ainda não são assinantes a conhecer os nossos produtos. Tenho certeza de que algum se encaixa perfeitamente na sua necessidade e será muito útil para torná-lo um investidor melhor e mais bem informado.
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Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.