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Até onde os preços do petróleo podem ir após os cortes da Opep+?

Publicado 05.04.2023, 11:08
Atualizado 09.07.2023, 07:31

Os preços do petróleo registraram forte alta na segunda-feira, 3, depois que a Opep e seus aliados anunciaram um surpreendente corte de produção.

Tanto o barril do Brent, referência mundial, quanto o de West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, saltaram 6% no dia, após a organização decidir reduzir voluntariamente a oferta em 1,66 milhão de barris por dia (mbpd) de maio até o fim de 2023.

A medida gerou consternação entre os economistas, que alertaram que a elevação dos preços do produto poderia pressionar ainda mais os custos de vida. No entanto, alguns analistas argumentam que o valor da gasolina não deve ter um aumento significativo, a menos que o preço do petróleo se sustente em patamares elevados.

Pedro Antunes, economista-chefe do Conference Board of Canada, afirmou o seguinte:

“Não nos esqueçamos de que tudo o que transportamos, inclusive alimentos, deve ser afetado pelos preços mais elevados do petróleo. O produto é usado na fabricação de plásticos e diversos outros produtos de consumo. Isso apenas aumenta a pressão de custos sobre praticamente tudo o que consumimos.”

Temor de inflação

A decisão abrupta da Opep+ faz com que o volume total dos cortes some 3,66 mbpd, incluindo uma redução de 2 mbpd em outubro de 2022, o que representa cerca de 3,7% da demanda global.

Callum Macpherson, diretor de commodities da Investec, declarou que não se sabe ao certo o que teria motivado essa restrição de oferta, na medida em que foram dadas poucas declarações públicas a respeito do assunto pelas autoridades envolvidas.

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Ele argumentou que a decisão pode ter como fundamento a volatilidade dos preços do petróleo ou ainda a percepção, entre os membros do cartel, de que o mercado físico apresentava fraquezas ainda não transparecidas no mercado mais amplo.

Analistas do UBS especularam que a ação da organização poderia estar direcionada a “limpar” posições vendidas em mercados de derivativos. O analista do UBS, Giovanni Staunovo, afirmou o seguinte:

"Cortes voluntários na produção não são novidade, mas a escala desta rodada é sem precedentes. A Arábia Saudita e os outros membros da Opep+ continuam exercendo influência no sentimento do mercado.”

Os cortes também suscitaram preocupações entre os investidores, temerosos de que outro choque inflacionário na economia global pudesse forçar os bancos centrais a aumentar as taxas de juros.

Os participantes do mercado estão tentando prever por quanto tempo o Federal Reserve ainda terá que continuar aumentando as taxas de juros para reduzir a inflação e como isso afetaria a probabilidade de a economia dos EUA entrar em recessão.

A atividade manufatureira nos EUA despencou até a mínima de três anos e pode estar caminhando para outra recessão, devido à restrição e aos custo elevados do crédito. As autoridades americanas vêm pedindo que os maiores exportadores de petróleo aumentem a produção, na tentativa de fazer baixar os preços de energia, um dos principais fatores de inflação.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, disse o seguinte:

"Não consideramos que cortes de produção sejam aconselháveis neste momento, dada a incerteza do mercado".

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A economista-chefe da KPMG, Yael Selfin, afirmou que a alta dos preços do petróleo poderia complicar a luta contra a inflação. No entanto, em sua avaliação, não se pode estabelecer, necessariamente, uma transmissão direta dos preços mais elevados para a conta de energia das famílias.

"O limite de preços da energia, do qual as famílias se beneficiam, já foi determinado usando expectativas anteriores do mercado. Além disso, ao observarmos o uso de energia residencial, ele tende a ser mais dependente de gás do que de petróleo.

Os preços da gasolina nos EUA rodam, em média, ao redor de US$3,22 por galão neste ano, em comparação com a média de US$3,29 por galão em 2022.

Até onde os preços do petróleo podem ir?

A Rússia também anunciou que ampliaria seu corte de produção de meio bilhão de barris por dia até o fim de 2023, logo após o comunicado no mesmo sentido de outros membros da Opep+, a saber: Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Iraque e Emirados Árabes. A Rússia também é membro da Opep+, que abrange os 13 membros da Opep e 11 aliados externos.

Esta é a segunda vez que a Rússia estende a restrição de oferta desde fevereiro. O vice-primeiro-ministro Alexander Novak declarou, em 10 de fevereiro, que Moscou reduziria a produção de petróleo em 500.000 barris por dia em março, embora tenha anunciado posteriormente que o corte continuaria até o final de junho. Algumas semanas antes, ele informou que seu país estava se aproximando de seu nível de produção alvo de 9,5 bilhões de barris por dia.

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Preços mais altos provavelmente dariam um impulso financeiro a Moscou em sua guerra contra a Ucrânia, o que poderia gerar ainda mais transtornos às relações entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos.

Alguns analistas e executivos do setor acreditam que os cortes da Opep+ poderiam estimular a demanda por petróleo norte-americano na Europa e na Ásia, bem como incentivar alguns outros exportadores a aumentar a produção. Matt Hagerty, diretor-geral da consultoria de energia BTU Analytics, acredita que a restrição de oferta dos produtores do Oriente Médio poderia deixar os mercados com um desabastecimento médio de 2,3 milhões de barris por dia no segundo semestre de 2023.

Jorge León, pesquisador de mercado da Rystad Energy, declarou que os produtores dos EUA poderiam injetar um volume adicional de 200.000 bpd até o fim de 2023, acrescentando que essa produção a mais poderia ser escoada para a Europa.

De acordo com dados do governo, os exportadores dos EUA produziram cerca de 12,5 mbpd em janeiro, e a produção na maior bacia de xisto do país deve aumentar em 400.000 bpd por dia este ano, segundo estimativas da empresa de tecnologia Enverus. Esse número representa cerca da metade do nível pré-pandemia.

Após os cortes, a maioria dos analistas de Wall Street revisou para cima suas projeções para o barril de Brent, para cerca de US$ 100 até o fim de 2023. Os contratos futuros do Brent são bastante populares entre os operadores e seu comportamento pode influenciar os preços, devido a posições de trava de preços. Os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) elevaram a perspectiva de preços do Brent para US$ 95 por barril até o final deste ano e US$ 100 para 2024.

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Fereidun Fesharaki, fundador e presidente da consultoria FGE, ecoou essas previsões, dizendo que os preços "podem facilmente superar US$ 100 por barril".

"Nossos saldos futuros mostram uma queda muito acentuada nos estoques até o final de 2023", acrescentou.

A Rystad Energy acredita que o Brent pode disparar até US$ 110 por barril em meados do ano, citando a escassez no mercado após os cortes da Opec+.

Resumo

Os preços do petróleo estão subindo esta semana depois que a Opec+ anunciou cortes surpreendentes na produção, na tentativa de evitar uma queda ainda maior das cotações do barril. O petróleo vinha caindo nos últimos meses, devido aos temores de recessão, mas a decisão mais recente do grupo provavelmente irá sustentar os preços, pelo menos no curto prazo.

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Shane Neagle é responsável pelo The Tokenist. Confira a newsletter gratuita do The Tokenist, Five Minute Finance, para ter uma análise semanal das maiores tendências em finanças e tecnologia.

Últimos comentários

Doutor, de acordo com os dogmas neoliberais-guedistas, a cotação do petróleo pode subir indefinidamente, basta o cartel neoliberal cortar mais e mais se quiser.
Esse Cartel que você tá mencionado pode ser tudo, menos neoliberal, nem liberal é.
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