Assimetrias de indicadores, dada a absoluta fragilidade que não permite que se identifique fundamentos, tornam os movimentos que se observam nos mercados financeiros globais carentes de sustentabilidade e repercutem tão somente ocorrências de curtíssimo prazo, portanto todos de baixíssima credibilidade e sustentabilidade.
O PMI chinês surpreende numa sinalização de redenção após queda desastrosa, mas até que ponto é efetivamente uma tendência visto que sabidamente a dinâmica da economia chinesa é fortemente dependente do consumo externo, e este, como evidente, mantêm-se em retração em decorrência da crise da coronavírus.
A interdependência no mercado globalizado é absoluta, então não há como uma economia se recuperar sem que as demais relevantes se restabeleçam, ainda mais quando se trata da China que tem população magnânima, mas com poder de demanda pouco expressiva, diferente da condição da economia dos Estados Unidos, que dispõe de forte mercado interno.
O mercado global encerra o 1º trimestre do ano com o pior cenário desde 2008, registrando expressiva deterioração da atividade econômica e ainda com muitas dúvidas sobre eventual retomada havendo risco de recidiva das ondas do coronavírus onde a problemática sinalizou ter sido atenuada.
Dúvidas e incertezas continuarão predominando e não há convicção e indicativos por quanto tempo ainda perdurará e em realidade não se sabe ainda quando ocorrerá recrudescimento da crise.
No Brasil os impactos efetivos vão se tornando mais intensos, e, afora as tensões provenientes da crise do coronavírus, ocorrem em concomitância tensões altamente inconvenientes no ambiente político, numa dispersão de foco sobre o que é mais relevante e fundamental para o país.
A volatilidade e a insegurança de análises e percepções em relação ao país estão evidentes quando se observa o comportamento do CDS de 5 anos. Em 20/02 o rating brasileiro era de 91,8 pontos. Em 19/03 havia subido para expressivos 374,9 pontos, algo como 4 vezes maior, e hoje, fecha o trimestre com 270 pontos, quando o cenário sinaliza perspectivas negativas mais assertivas.
O CDS é um indicador bem realista em torno do quadro atual do Brasil em que é praticamente impossível se definir projeções e tendências.
Parece um desperdício a busca de fundamentos para o dólar ser cotado no Brasil ao preço de R$ 5,20 e a Bovespa com o país com a economia em frangalhos resistir e retomando movimentos de alta.
A assimetria é predominante nos indicadores e as projeções não se sustentam em fundamentos, sendo tão somente opiniões, acentuando a predominância dos “achismos” que não se prestam a decisões empresariais, nem mesmo defensivas.
À autoridade monetária, o BC, cabe monitorar os fluxos do mercado de câmbio com intervenções pontuais provendo-o de liquidez e, adicionalmente, gerando liquidez externa para os bancos autorizados a operar em câmbio com linhas de financiamento e agora mais recentemente com compras compromissadas de títulos nominados em moeda estrangeira em poder das instituições financeiras.
E isto, está fazendo pontualmente.