Nesta semana mais curta, devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, o mercado futuro do café arábica operou com menor volume de negócios, embasado principalmente em fatores técnicos e registrando discretos ganhos em relação ao fechamento da última sexta-feira.
A Volcafé, em seu relatório trimestral, ampliou a previsão de déficit global de café na temporada 2014/15 para 9,9 milhões de sacas. Esse fato ajudou na pequena recuperação dos preços da commodity, após a tendência baixista instalada pela divulgação das projeções de safra do USDA, no final da semana passada.
Segundo a companhia, em 2013/14 foi registrado excedente de 7,4 milhões de sacas de café. Além dos problemas climáticos que afetam a produção brasileira, o relatório baseia-se na redução da oferta global de café robusta, devido à menor produtividade dos cafeeiros do Vietnã, para justificar sua nova previsão.
A valorização do real ante o dólar, até a quarta-feira, também auxiliou no suporte das cotações do arábica. Ontem, após o anúncio, da nova equipe que conduzirá a política econômica brasileira e de declarações do Presidente do Branco Central que sinalizam para o fim do programa de swap cambial, a divisa norte-americana voltou a subir, atingindo R$ 2,5295.
O vencimento dezembro do Contrato C, negociado na Bolsa de Nova York, foi cotado, na quarta-feira, a US$ 1,9425 por libra-peso, acumulando valorização de 355 pontos em relação ao final da semana anterior. Na ICE Futures Europe, o vencimento janeiro/2015 encerrou a sessão de ontem a US$ 2.096 por tonelada, com ganhos de US$ 18 desde a última sexta-feira.
Os agentes de mercado continuam aguardando melhor definição do volume a ser produzido pelo Brasil na temporada 2015/16 e acompanham a situação das chuvas nas principais origens e sua capacidade para estancar as perdas, uma vez que não é possível reverter os danos acumulados nos dez meses de estiagem (janeiro a outubro). Já existe consenso que o País colherá uma safra aquém do seu potencial produtivo em 2015, mas somente a partir de janeiro do ano que vem será possível começar a quantificar essa redução, com embasamento técnico.
De acordo com a Climatempo, uma nova frente fria avançou pelo litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro até a noite de ontem e, hoje, desloca-se no mar até o Espírito Santo. Esta é a quinta frente fria observada apenas no mês de novembro e deve estimular mais chuvas sobre os Estados do Sudeste. O quadro abaixo resume as previsões da Somar Meteorologia para o volume acumulado de precipitações, na próxima semana, em alguns municípios das principais regiões produtoras brasileiras.
Quanto ao mercado físico brasileiro, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) informa que as oscilações nos preços durante novembro têm enfraquecido o ritmo dos negócios. Houve melhora da liquidez apenas nas praças da Mogiana Paulista e da Zona da Mata de Minas Gerais. Ontem, os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 464,07/saca e a R$ 283,03/saca, respectivamente, com variação de -0,5% e 0,1% no acumulado da semana.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro Presidente Executivo do CNC