Mão dupla
Quem diria! O quase esquecido índice Nikkei disparou +7,7% nesta quarta, exportando otimismo do Japão para o mundo.
Entre os fundamentos por trás da maior alta da bolsa japonesa desde 2008, destaque para o discurso do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Já pensando em 2016, Abe está obcecado por reduzir os impostos das empresas japonesas em pelo menos 3,3 pontos percentuais.
Também pensando em 2016 (2015 é morto), a presidente Dilma quer – desesperadamente – aumentar tributos por aqui, onde quer que seja possível.
O câmbio desvalorizado não vai preencher todas as nossas lacunas de competitividade.
Muito por nada
Um dos caminhos possíveis, segundo a Fazenda, seria o de elevar a alíquota do imposto de renda de pessoa física.
Teto de 27,5% passaria para 35,0%.
Levy está certo ao notar que o número de pessoas de alta renda que paga IR na pessoa física é relativamente pequeno no Brasil, quando comparado a outros países.
Ou seja, o próprio ministro admite implicitamente que, dado um número “relativamente pequeno”, a medida não terá grande impacto arrecadatório, mesmo se vinculada a uma alíquota bem mais impopular.
Sem contexto
Acho engraçado (e perigoso) que as soluções para a crise brasileira sejam avaliadas isoladamente, como se não dependessem de contexto algum.
Tem sempre alguém do Governo lembrando que nosso imposto de renda, sobre heranças ou doações possui alguma vantagem em relação aos de outros países.
Mas ninguém recorda que TODOS os outros tributos são infinitamente mais pesados.
Em evento da Empiricus nesta manhã, o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa também chamou atenção para a necessidade de contexto.
“Processo de impeachment seria muito complexo, cheio de ferrolhos para que não ocorra de forma banalizada. No caso brasileiro, exige um comprometimento pessoal da presidente, que ainda não foi provado. Portanto, ainda não vejo condições de impeachment, a menos que haja uma traição muito grande à presidente, pelo próprio partido… até porque um desses ferrolhos seria a necessidade de ter 2/3 dos votos para abrir o processo."
Respeitável público
Estamos muito felizes em anunciar hoje uma parceria de conteúdo com Alexandre Schwartsman – economista que sempre admiramos e que passará a contribuir dentro da série Palavra do Estrategista, lado a lado com Felipe Miranda.
Nosso CEO, Caio Mesquita, teve uma conversa muito bacana com o Alex sobre economia e investimentos – ela está disponível aqui.
Eu, Caio e Felipe fundamos a Empiricus não apenas para divulgar nossas análises, mas principalmente para estimular um amplo debate com as cabeças pensantes.
É um grande prazer deixar Joaquim Barbosa e Alexandre Schwartsman em contato direto com nossos assinantes.
Been there, done that
BM&F Bovespa deu uma aula de geração de valor aos acionistas hoje, vendendo 20% das ações que detinha no CME Group.
CME subiu, o dólar subiu e a Bolsa brasileira botou no bolso.
Foi um trade astuto e, ao mesmo tempo, não compromete de forma alguma a parceria estratégica junto à Bolsa de Chicago, ainda assentada sobre a participação remanescente de 4% da Bovespa no CME (que deve ser preservada).
O lucro gerado nesta transação não recorrente – estimado em R$ 450 milhões – agora será analisado pelo Conselho da Bolsa, visando a destinação do resultado do exercício.
Se BM&F Bovespa deve ser o exemplo de governança no mercado brasileiro, o exemplo está dado.
E nossa Carteira de Opções comemora com uma call de BVMF3 (SA:BVMF3).