Bitcoin: compradores conseguirão sustentar movimento acima das máximas?

• Entradas institucionais, lideradas por ETFs, reforçam o papel crescente do bitcoin nas carteiras.
• O mercado se mantém estável graças à retenção de posições por investidores de longo prazo e mineradores.
• Os gráficos confirmam o rompimento de níveis técnicos relevantes, com a demanda permanecendo firme em julho.
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O bitcoin atingiu um novo recorde histórico de US$ 118.396 na última sessão da semana. Ao contrário de ciclos anteriores marcados por movimentos especulativos, o avanço atual apresenta características mais estruturadas, com forte participação institucional e uma configuração de mercado mais madura.

Compra institucional atinge níveis recordes

A principal força por trás da recente valorização é a entrada consistente de capital institucional. Os fluxos direcionados aos ETFs de bitcoin à vista, especialmente nos Estados Unidos, evidenciam uma mudança de perfil no mercado. Somente na sessão de ontem, os ETFs registraram entradas líquidas de US$ 1,18 bilhão. O iShares Bitcoin Trust ETF (NASDAQ:IBIT), por exemplo, movimentou US$ 5 bilhões em volume diário, um indicativo claro da consolidação do bitcoin como componente relevante em carteiras institucionais.

Em contrapartida, a participação de investidores pessoa física segue contida, o que reforça a leitura de que a atual tendência de alta está sendo sustentada por capital de longo prazo e menor propensão à volatilidade especulativa.

O ambiente político também tem favorecido os criptoativos. Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, houve uma mudança perceptível na abordagem regulatória do país em relação ao setor. Em março, a assinatura da ordem executiva que cria uma reserva estratégica de criptoativos estabeleceu um novo marco para o planejamento de longo prazo. Além disso, a nomeação de figuras alinhadas à agenda pró-cripto, como Paul Atkins para a presidência da SEC e David Sacks em posição de destaque na Casa Branca, contribuiu para consolidar um ambiente mais previsível e receptivo à inovação financeira.

Embora esses fatores tenham sido decisivos para o início do movimento altista em abril, incertezas econômicas globais e tensões geopolíticas limitaram o ímpeto nos meses seguintes. Em julho, a ausência de novos vetores negativos no cenário internacional e as expectativas de que o Federal Reserve possa iniciar o corte de juros antes do previsto criaram um ambiente mais propício para a retomada da força compradora.

Indicadores on-chain indicam mercado saudável

Apesar da forte valorização recente, dados da CryptoQuant indicam que o mercado ainda não apresenta sinais de exaustão. O perfil dos participantes mostra que investidores de longo prazo lideram a movimentação, o que tende a reduzir a pressão por realização de lucros no curto prazo.

O comportamento dos mineradores também reforça essa leitura construtiva. O índice Miner Position Index da CryptoQuant, que acompanha a propensão de venda por parte dos mineradores, recuou nos últimos dias, o que sugere retenção de ativos e menor pressão vendedora no mercado à vista. Essa menor oferta contribui para sustentar os preços de forma mais estável.

Análise técnica do bitcoin

Em julho, o bitcoin rompeu a linha de tendência descendente iniciada no topo de maio e manteve-se acima da região superior desse canal por uma semana consecutiva, consolidando uma base de suporte relevante nesse intervalo.

Na segunda metade desta semana, o aumento expressivo no volume comprador impulsionou o rompimento da máxima anterior, em torno de US$ 111.900. Com isso, o ativo entrou na zona de expansão de Fibonacci compreendida entre US$ 114.000 e US$ 125.000, região amplamente monitorada pelos analistas técnicos.

Para os próximos pregões, o nível de US$ 114.600 tende a funcionar como suporte de curto prazo. A manutenção acima dessa faixa pode favorecer a continuidade do movimento ascendente. A próxima resistência relevante está localizada em torno de US$ 119.000, região que corresponde à projeção da retração de Fibonacci 1.414. Caso esse patamar seja superado, o ativo pode mirar a região de US$ 125.000. Por outro lado, se houver recuo abaixo de US$ 114.000 por efeito de realização parcial, é possível que o preço volte a testar a antiga máxima em US$ 111.950. Construir uma zona de consolidação entre US$ 112.000 e US$ 114.000 seria benéfico para sustentar uma tendência de alta mais robusta no médio prazo.

Do ponto de vista dos indicadores, o viés técnico permanece construtivo. As médias móveis exponenciais de curto prazo seguem inclinadas positivamente, reforçando o momentum comprador. No gráfico diário, o Stochastic RSI permanece em região de sobrecompra, indicando a persistência da demanda no atual patamar.

Considerações finais

O ciclo atual do bitcoin difere dos ralis anteriores caracterizados por excesso de alavancagem e euforia especulativa. Em 2025, a força compradora está sendo liderada por investidores institucionais, enquanto um ambiente regulatório mais previsível favorece uma trajetória de preços mais equilibrada. Caso os fluxos institucionais se mantenham e a entrada gradual do varejo se confirme, o ativo poderá se aproximar da faixa de US$ 150.000 a US$ 200.000 projetada para o encerramento do ano.

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