- Os níveis técnicos do bitcoin indicam um ponto crucial, que pode definir a próxima direção do mercado.
- Embora o ativo apresente sinais de recuperação, ainda não retomou plenamente sua trajetória de alta.
- Incertezas globais e as decisões de política monetária do Fed continuam pressionando o desempenho dos criptoativos.
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Apesar da tendência positiva observada nas últimas duas semanas, o bitcoin ainda não apresenta sinal claro de reversão. Após um início de março marcado por quedas intensas, a pressão vendedora perdeu força, mas o sentimento entre os investidores segue cauteloso.
A retração recente é atribuída à aversão ao risco em meio ao cenário global incerto. As tensões comerciais decorrentes da política tarifária da gestão Trump aumentaram o desconforto dos mercados. Esse ambiente levou parte dos investidores institucionais a migrar para ativos considerados mais seguros, reduzindo a demanda por criptoativos, mesmo diante de fundamentos positivos. Ainda assim, a diminuição de notícias relacionadas a tarifas na última semana favoreceu uma recuperação parcial no segmento.
Entre os vetores mais relevantes para o mercado de bitcoin está a política monetária do Federal Reserve. Na última reunião, o Fed manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,5%, como esperado, e projetou corte de apenas 50 pontos-base para 2025. Além disso, revisou para baixo sua estimativa de crescimento econômico e elevou a previsão de inflação. Essas projeções sugerem um ambiente macroeconômico que continuará pressionando ativos de risco como o bitcoin.
O anúncio do Fed sobre a desaceleração do ritmo de redução do balanço a partir de abril pode aliviar temporariamente o mercado. Porém, a indefinição quanto aos cortes de juros e o desaquecimento da atividade seguem como elementos restritivos para o desempenho dos criptoativos no médio e longo prazo. Ainda assim, a fala do presidente Jerome Powell trouxe certo otimismo no curto prazo.
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No campo político, declarações recentes do presidente Donald Trump sustentam uma narrativa favorável às criptomoedas. Em conferência do setor, ele afirmou que os EUA devem se tornar uma "superpotência do bitcoin" e centro global de criptoativos. Trump também criticou a venda de criptoativos a preços baixos pelo governo Biden, sugerindo uma abordagem mais estratégica para o setor. Apesar disso, o bitcoin caiu, reflexo da ausência de anúncios práticos que sinalizem mudanças imediatas.
Por outro lado, o mercado reagiu bem à notícia de que a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) retirou o recurso contra a Ripple, conforme anunciado por seu CEO. Esse evento reforça a percepção de alívio regulatório e favorece também o desempenho do XRP, sinalizando uma possível inflexão positiva no ambiente institucional das criptos.
Do ponto de vista gráfico, o bitcoin segue negociando dentro de um canal de baixa traçado desde janeiro
Após tocar o limite inferior do canal na faixa dos US$ 78.000 no início do mês, o ativo recuperou fôlego e atingiu os US$ 87.000 nesta semana, onde encontrou resistência. Hoje, ao testar a região abaixo de US$ 84.000, o ativo se aproxima de um ponto técnico relevante — a média móvel exponencial de 8 dias. Um fechamento abaixo de US$ 84.100 pode sinalizar continuidade da tendência descendente.
Para retomar o viés positivo, o preço precisa romper com força a faixa de US$ 85.500 a US$ 86.500. Se esse movimento ocorrer com volume expressivo e o bitcoin sustentar um piso acima dos US$ 90.000, novos fluxos compradores podem entrar no mercado. Nesse cenário, a região de US$ 94.000 aparece como próxima meta de curto prazo. A superação desse nível abriria espaço para um movimento em direção aos US$ 106.000.
Caso o bitcoin continue oscilando dentro do canal de baixa, o próximo suporte relevante está entre US$ 78.000 e US$ 80.000. A perda desse intervalo pode levar o ativo a testar a faixa de US$ 70.000 a US$ 74.000, coincidente com a extremidade inferior do canal.
Em síntese, a incapacidade de romper a resistência em US$ 86.340 nos próximos dias tende a aumentar a pressão vendedora no curto prazo, podendo gerar uma nova onda de liquidação. Por outro lado, um avanço sustentado acima de US$ 86.500 pode acionar um novo ciclo altista. Para os investidores, os níveis críticos a acompanhar são fechamentos abaixo de US$ 84.000 e rompimentos acima de US$ 90.000.
***AVISO: este artigo é meramente informativo e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.